O Projeto EcoEstação, criado para incluir socialmente famílias carentes durante o período de pandemia, está sendo vandalizado por pessoas que realizam descartes irregulares e prejudicam os trabalhos desenvolvidos pelos catadores.
O Projeto EcoEstação tem permitido a coleta seletiva em Marília, neste delicado momento de pandemia, onde passar de porta em porta colocaria em risco catadores e moradores.
Os contêineres estão instalados nas principais ruas e avenidas da cidade, e recebem a entrega voluntária dos materiais passíveis de reciclagem, como papéis, plásticos, vidros e metais.
Porém, duas situações negativas têm chamado a atenção pelo mau uso destes ecopontos: descarte irregular de materiais não recicláveis, como resíduos da construção civil, lâmpadas fluorescentes, pneus, restos de móveis, fraldas usadas, televisores, dentre outros materiais e, para piorar, muitos destes materiais são deixados do lado de fora dos ecopontos, dando a impressão de abandono, quando, em verdade, os receptáculos internos estão vazios. O idealizador do projeto, Ademar Aparecido de Jesus, o Dema, agradece toda colaboração da população, mas explica as consequências do descarte irregular.
“Marília não possuía alternativas para coleta seletiva e, junto com a administração, em cumprimento às legislações vigentes, criamos esta opção para àqueles que desejarem buscar o sustento de forma digna através deste trabalho. Infelizmente, temos encontrado de tudo nestes ecopontos, o que tem atrapalhado demais o trabalho da minha família. Perdemos muito tempo separando o lixo descartado irregularmente e, muitas vezes, embaixo de chuva. Semana passada, por exemplo, todos nós ficamos adoecidos por conta dessas chuvas, mas mesmo assim servimos às famílias marilienses que utilizam os ecopontos com alternativa para cuidar do meio ambiente. Temos uma despesa alta para visitar todos os ecopontos diariamente e, mal viramos às costas, já recebemos informações sobre descartes irregulares na parte externa. Estamos tentando colocar Marília na rota dos municípios sustentáveis, dando nossa colaboração mas, se a população não colaborar, seja descartando corretamente ou denunciando quem prejudica este trabalho, não nos restará outra alternativa a não ser encerrar este serviço aqui na cidade, e buscarmos apoio em outro município vizinho, o qual já temos convite”, afirmou Dema. Para o Gestor Ambiental e Chefe do Meio Ambiente, Cassiano Rodrigues Leite, é inadmissível aceitar essa falta de educação por parte de alguns, que estão prejudicando o coletivo e causando o fim de um projeto que se tornou modelo em outras cidades.
“Algumas cidades nos procuraram para saber como funcionam os ecopontos em Marília, como Barueri e Garça, por exemplo. O projeto é simples e resolve a questão socioambiental proposta em sua criação. Porém, com esses vândalos prejudicando os trabalhos, não nos restará outra alternativa a não ser encerrar esta modalidade de coleta seletiva, ação que os próprios marilienses tanto cobravam, e hoje temos essa opção, que em breve avançará para a coleta de porta em porta. O mundo parado com a pandemia e Marília vem seguindo firme nas ações ambientais, seja protegendo nascentes, plantando árvores, coletando os recicláveis, dentre outras atividades. É inacreditável e inexplicável o que está acontecendo, uma vez que toda cidade perde, inclusive estes que descartam irregularmente. Temos locais para entregar todos os tipos de resíduos. Portanto, nada justifica essa falta de educação por parte de alguns. Estamos buscando apoio da Polícia Militar Ambiental e instalaremos câmeras de vigilância nas unidades de ecopontos. Se flagrado, o infrator responderá pelos crimes ambientais cometidos”, disse Cassiano.
Os ecopontos recebem papéis, plásticos, vidros e metais. Outros materiais descartados nas unidades são destinados ao lixo comum. Saiba onde descartar cada tipo de resíduo em Marília, acessando o link: https://www.marilia.sp.gov.br/onde-descartar/

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Uso irregular dos Ecopontos prejudica família de catadores
Há pessoas descartando irregularmente esses materiais, o que vem prejudicando o trabalho desenvolvido pelos catadores