Projeto Human Cell Atlas reúne pesquisadores do mundo todo para melhorar a compreensão sobre doenças e criar novas terapias de cuidado
Um consórcio internacional de pesquisa colaborativa vai mapear todos os tipos de células no corpo humano desde o desenvolvimento até a idade adulta e, eventualmente, à velhice. O projeto Human Cell Atlas pretende transformar a compreensão da saúde e da doença para trazer avanços na medicina e na assistência médica.
“As células são os blocos de construção do corpo humano, mas ainda não conhecemos todos os tipos de células que criam a anatomia humana. Precisamos de mapas para entender como o corpo humano funciona e o que dá errado na doença”, diz a equipe do projeto.
Os criadores do Human Cell Atlas dizem que o empreendimento é mais ambicioso do que o Projeto Genoma Humano, que teve como objetivo sequenciar os 3,1 bilhões de bases de DNA entre 1990 e 2003.
Até agora, o consórcio analisou dezenas de milhões de células de quase dez mil indivíduos e produziu mais de 190 publicações científicas. Embora o foco principal seja o corpo saudável, o projeto já forneceu novos insights sobre câncer, Covid-19, fibrose cística, doenças intestinais, cardíacas e pulmonares.
A pesquisa tem impulsionado avanços na modelagem de doenças usando mini órgãos e em diagnósticos médicos para doenças inflamatórias intestinais e câncer. Entender o sistema imunológico em desenvolvimento também forneceu informações importantes para a engenharia de células T terapêuticas.
Os pesquisadores também estão lidando com doenças não atendidas em ambientes de baixa e média renda, como tuberculose, para tentar garantir cuidados de saúde equitativos globalmente.
Como será feito o mapa?
Os cientistas vão usar métodos de computação e inteligência artificial (IA) para aplicar conceitos de genômica espacial. Assim, será possível localizar e definir as características moleculares de 37,2 trilhões de células.
Eles pretendem revelar quais dos 20 mil genes presentes em uma célula individual estão ativados, criando o que chamam de “cartão de identificação” exclusivo para cada uma delas. Isso permite que os cientistas descubram novos tipos e funções de células.
“Com métodos adicionais de análise espacial em rápida evolução, os cientistas do HCA mapeiam essas células individuais em locais precisos e entendem suas funções e relacionamentos com seus vizinhos.”
O objetivo inicial é criar um Atlas de Células Humanas abrangente e representativo globalmente, com dez bilhões de células de todos os órgãos e tecidos.
Fonte Olhar Digital