As tatuagens identificadas nas múmias são altamente detalhadas e compostas por linhas finas de 0,1 a 0,2 mm de espessura

Imagem: Proceedings of the National Academy of Sciences

Uma equipe de pesquisadores identificou tatuagens em múmias do povo Chancay, que viveu no Peru por volta de 900 a 1533 d.C. A descoberta foi possível a partir de uma nova técnica baseada em lasers e fotografias de longa exposição.

A presença dos desenhos já era conhecida, mas eles desbotaram com o passar do tempo. Além disso, a tinta havia vazado para outras partes do corpo, impossibilitando a realização de maiores estudos para determinar o que seriam os símbolos que datam de 1.200 anos.

Tatuagens são compostas por linhas finas de 0,2 mm

  • Ao todo, os cientistas analisaram mais de 100 restos humanos.
  • As múmias pertencem ao acervo do Museu Arqueológico Arturo Ruiz Estrada e foram encontrados originalmente em 1981 no cemitério Cerro Colorado, no vale de Huaura, no Peru.
  • De todas as amostras, apenas três tinham tatuagens altamente detalhadas, compostas por linhas finas de 0,1 a 0,2 mm de espessura, que só puderam ser vistas com a técnica inovadora.
  • Elas apresentavam padrões predominantemente geométricos, com triângulos e diamantes, que também são encontrados em outros objetos da cultura Chancay, como cerâmica e tecidos.
  • A análise destes desenhos pode ajudar a entender mais sobre este povo antigo, que é bastante desconhecido até hoje.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Desenhos só puderam ser identificadas por meio da tecnologia (Imagem: Proceedings of the National Academy of Sciences)

Como funciona a tecnologia

A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores tem como base a fluorescência estimulada por laser (LSF). Ao passar lasers sobre as múmias em uma sala escura e tirar fotografias de longa exposição dos cadáveres, os cientistas mostraram ser possível criar imagens com muitos detalhes que, sem isso, passariam batido por um simples exame de luz ultravioleta (UV).

A técnica LSF faz a pele a fluorescer em branco brilhante. Isso garante que a tinta preta à base de carbono das tatuagens se destaque claramente. Isso elimina quase completamente o problema dos desenhos de forma perdida ou desbotada.

Múmias faziam parte do povo Chancay, que viveu no Peru por volta de 900 a 1533 d.C. (Imagem: Proceedings of the National Academy of Sciences)

O mesmo método pode ser utilizado também para estudar as tatuagens feitas por outros povos antigos. Dessa forma, a ideia dos pesquisadores é usar esta ferramenta para analisar diferentes culturas ao redor do mundo.

Fonte Olhar Digital

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Tatuagens milenares encontradas em múmias do Peru