Não existe memória fotográfica, mas há casos raros de pessoas apresentam memória eidética, que é excepcional, mas não está isenta de erro

No senso comum, memória fotográfica representa a capacidade de um indivíduo de lembrar com riqueza de detalhes determinada cena e, a partir daí, conseguir dar “zoom” em partes dela e examiná-la como se fosse, de fato, uma fotografia.

Nesse caso, a memória consegue durar por muito tempo, em vez de ser esquecida depois de alguns minutos. No entanto, não existem provas de que isso realmente exista.

A maioria das pessoas, na verdade, conseguem se lembrar com mais facilidade de algo material. Por exemplo, é mais fácil se lembrar do rosto de alguém do que de seu nome, o que não significa que isso represente uma memória fotográfica nos moldes mencionados acima.

Os casos de quase memória fotográfica

Há uma condição chamada Memória Autobiográfica Altamente Superior (HSAM), conhecida também como memória eidética, que permite que as pessoas se recordem de eventos passados em detalhes, bem como as datas exatas em que ocorreram. Isso não é o mesmo que memória fotográfica.

Existem apenas cerca de 100 pessoas no mundo todo que apresentam essa condição e, mesmo nesses casos, as lembranças não são tão confiáveis quanto as fotografias, diz um artigo do New Scientist.

Um caso famoso de memória quase fotográfica foi o de uma professora da universidade de Harvard registrada sob o pseudônimo Elizabeth em um livro que detalha suas habilidades.

Ela foi um dos seres humanos que chegou mais próximo da chamada memória fotográfica. A professora, que era artista, tinha uma rara habilidade de lembrar e visualizar imagens que ia além de algo material ou cenas.

Entre os feitos de “Elizabeth” está recordar um poema escrito em idioma estrangeiro anos depois de tê-lo lido. Ela conseguia retomar a imagem da página impressa do fim ao início na velocidade que levaria para escrevê-lo.

Mas nem tudo são flores para quem tem uma memória quase fotográfica. Um artigo do Times Magazine sobre Joey DeGrandis, que tem HSAM, conta que ele sofre de ansiedade e depressão.

DeGrandis atribui isso a alta capacidade de lembrar, inclusive, de sentimentos ruins, o que dificulta superar momentos difíceis da vida, como a perda de um parente ou término de relacionamento. Apesar de excepcional, DeGrands não tem uma memória fotográfica. As lembranças dele estão sujeitas a erros

Pesquisadores também sugerem que quem tem memória eidética tendem a ter mais traços obsessivos. Mas ainda não se sabe se isso acontece como resultado da memória superior ou se ambos são causados pelo mesmo fator.

Fonte Olhar Digital

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Memória fotográfica realmente existe? Veja como a ciência explica a condição