Cientistas brasileiros encontraram um modo de reduzir o fornecimento de energia necessário para o crescimento do tumor e combater o câncer

Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock

Para que um tumor se desenvolva, ele precisa de energia. Portanto, se essa energia for retirada, será mais fácil combatê-lo? Uma nova pesquisa conduzida por cientistas brasileiros encontrou uma forma de fazer isso e comprovou a eficácia da estratégia. A nova abordagem, que tem como alvo duas proteínas fundamentais no fornecimento de energia, mostrou-se promissora no combate ao câncer de mama.

O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, foi publicado na revista Nature Communications e divulgado no portal da FAPESP.

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Nova estratégia de combate ao câncer de mama foca em reduzir a energia disponível para as células cancerígenas – Imagem: CI Photos/Shutterstock

Tratamento foca em atacar o “alimento” do tumor

  • As células cancerosas precisam de muita energia para crescer rapidamente e se desenvolver. É assim que elas se “alimentam”. Existem dois agentes que desempenham um papel fundamental no ciclo energético da célula: a enzima glutaminase e a HuR.
  • A primeira converte glutamina em glutamato, um composto essencial para a produção de energia nas células cancerosas.
  • Manipular a proteína HuR faz com que as células cancerosas se alimentem menos e, consequentemente, enfraqueçam.
  • Não satisfeitos com isso, os pesquisadores experimentaram, pela primeira vez, potencializar a estratégia agindo sobre a HuR.
  • Essa proteína regula a expressão de genes que controlam como as células obtêm e utilizam energia. Quando os pesquisadores reduziram sua atividade, o metabolismo das células cancerosas tornou-se ainda mais dependente da glutamina.
  • Direcionar o alvo para ambas as proteínas é a maneira ideal de evitar que o tumor continue encontrando energia para avançar no organismo.
Esquema ilustrativo da função das moléculas de glutamina e da glicose na produção de energia das células. Naquelas que são cancerosas, o processamento da glicose é desregulado e, para muitos casos, também o da glutamina (ilustração: CNPEM/divulgação)

Uma estratégia promissora

As evidências encontradas no estudo mostraram que combinar a inibição da glutaminase e da HuR é um caminho potencial para combater o câncer de mama. Douglas Adamoski, principal autor do estudo, explicou à agência FAPESP:

Ao reduzir a HuR e, ao mesmo tempo, inibir quimicamente a glutaminase, conseguimos diminuir significativamente o crescimento e a invasão das células de câncer de mama.

Douglas Adamoski

Com as novas possibilidades apresentadas pela pesquisa, essa estratégia representa um passo em direção a terapias mais direcionadas e eficientes para o câncer de mama.

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Washington University School of Medicine (Estados Unidos), University of Medicine Iuliu-Hatieganu (Romênia) e Universidade do Texas (Estados Unidos) estiveram à frente da descoberta.

Fonte: Olhar Digital. Por Nayra Teles, editado por Bruno Capozzi

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Nova técnica brasileira contra câncer de mama ataca “alimento” do tumor