Pesquisa da Universidade de Nottingham mostrou um resultado impressionante em ratos, que tiveram uma taxa de recuperação de 62%.
O Wolverine é um dos heróis mais importantes da ficção. Um símbolo da cultura pop – uma personagem que estrelou filmes, séries, desenhos, animações, quadrinhos e games. Apesar de toda a fama, muita gente não sabe que o principal poder mutante desse colosso da Marvel não são as garras de adamantium, mas sim o seu fator de cura. Ele, aliás, só sobreviveu à cirurgia que revestiu todos os seus ossos com metal graças a essa habilidade.
Talvez por isso o Wolverine seja tão popular: seu poder não é algo tão distante da realidade. Ele não atira rajadas ópticas dos olhos, ou se teletransporta – muito menos solta fogo, gelo ou eletricidade pelas mãos. O Carcaju, como eu e você que está lendo esse texto agora, consegue curar o próprio corpo. A diferença é que ele faz isso num piscar de olhos. A gente não.
O ser humano tem uma capacidade notável de se curar quando ferido. Ao ralar o joelho, por exemplo, forma-se uma casquinha de plaquetas e, dias depois, surge uma pele novinha em folha no lugar da lesão. Isso acontece em outras partes do nosso corpo. Corpo que tem a capacidade até mesmo de calcificar uma fratura no osso!
Tudo, porém, tem um limite. Ou tinha. Uma pesquisa realizada no Reino Unido acaba de ultrapassar essa linha. Cientistas da Universidade de Nottingham desenvolveram implantes feitos a partir do nosso próprio sangue que são capazes de melhorar o processo natural de regeneração do nosso corpo.
Um implante com fator de cura
- Esses implantes simulam tecidos corporais.
- Quando machucamos, nosso sangue forma uma estrutura sólida chamada hematoma regenerativo (RH).
- O que os cientistas britânicos fizeram foi criar um RH aprimorado.
- Só que, em vez de fazer um completamente sintético do zero, eles usaram sangue de verdade e aumentaram suas propriedades de cura com anfifílicos peptídicos (que são proteínas usadas na regeneração).
- Esse RH ganhou uma estrutura física ao passar por uma impressora 3D.
- De acordo com os pesquisadores, além de recrutar células de cura e gerar fatores de crescimento, esse material também é fácil de manipular.
- As primeiras experiências foram realizadas em ratos de laboratório.
- Os cientistas removeram fragmentos de ossos da região do crânio dos pequenos animais.
- Os roedores que receberam um curativo padrão (e artificial) tiveram um índice de recuperação de 50%.
- A taxa de sucesso subiu para 62% com o curativo feito a partir de sangue.
- Por fim, dos membros do grupo de controle, aqueles que não receberam tratamento, apenas 30% se recuperaram.
Futuro promissor
A equipe pretende continuar os estudos e realizar futuramente as experiências em seres humanos.
Para um dos autores da pesquisa, o doutor Cosimo Ligorio, o desenvolvimento de um material como esse pode revolucionar diversos tipos de tratamento – principalmente no quesito preço:
“O sangue é praticamente gratuito e pode ser facilmente obtido de pacientes em volumes relativamente altos”, explicou.
“Nosso objetivo é estabelecer um kit de ferramentas que possa ser facilmente acessado e usado em um ambiente clínico para transformar de forma rápida e segura o sangue dos pacientes em implantes regenerativos ricos, acessíveis e ajustáveis”, concluiu o pesquisador.
Você pode ler o estudo na íntegra na revista Advanced Materials.
As informações são do New Atlas.
Fonte Olhar Digital