Velho conhecido no meio veterinário, a coronavirose canina tem cepa diferente da encontrada na epidemia asiática e não é transmitida aos humanos
Se você conferir a caderneta de vacinação do seu cãozinho, é possível que encontre o termo “coronavirus”. Mas não entre em pânico! O coronavírus canino é conhecido há décadas pelos médicos veterinários e não é o mesmo coronavírus que surgiu no continente asiático. A coronavirose canina não é considerada uma zoonose, portanto não é transmitida para os seres humanos.
Quando falamos em coronavírus é comum pensar que ele é um só. Contudo, assim como qualquer vírus, ele possui uma capacidade mutagênica muito rápida. Com isso são produzidas diversas cepas (variedades do vírus) que dão origem a diferentes enfermidades, tais como a SARS-CoV, causadora da Síndrome Respiratória Aguda Grave, que teve um surto importante entre os anos de 2002 e 2003.
CASOS E TRATAMENTOS
O coronavírus canino (CCoV) é outra variedade da cepa do coronavírus e apresenta bastante semelhança ao vírus da parvovirose, causando episódios de diarreia e vômitos. A transmissão também se dá da mesma forma, sendo provocada pelo contato direto com secreções de outros animais infectados, via oro-fecal. Os filhotes mais suscetíveis à contaminação, visto que o sistema imunológico é fator determinante para a manifestação do vírus. “O contágio é comum devido aos próprios hábitos sanitários dos animais, tais como a lambedura de partes íntimas de outros cães. Por isso a vacina é a melhor forma de prevenção”, explica o médico veterinário Rogério Fioroni. “Conhecido desde a década de 70, o vírus é combatido com vacinas mais antigas V8 e também está contido no grupo vacinal da V10”.
Para prevenção também é recomendado manter a higiene e desinfecção dos ambientes em dia. “Os produtos de uso comercial são bastante eficientes para o controle ambiental do coronavírus canino, além de colaborar na prevenção de diversas outras doenças”, afirma o profissional.
No caso de haver uma infecção comprovada pelo médico veterinário, o tratamento será sintomático, com controle de infecções secundárias e reestabelecimento do sistema imunológico até a alta médica do animal.
No entanto, o número de casos do coronavírus canino tem sido muito baixo nos últimos anos. Por isso, há recomendações das duas maiores entidades – WSAVA – World Small Animal Veterinary Association (Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais) e AAHA – American Animal Hospital Association (Associação Americana de Hospitais Veterinários) para evitar a vacina específica contra o coronavírus canino, uma vez que o esforço imunológico provocado no animal pode ser um fator mais importante a se considerar, uma vez que a probabilidade de exposição ao vírus é quase nula.
“É importante ressaltar que isso não descarta a necessidade de se realizar a vacinação regular do animal, para que permaneça protegido contra outras doenças, inclusive as zoonoses (transmitidas ao homem), tais como leptospirose, raiva, leishmaniose, entre outras”, destaca Rogério. “O médico veterinário é um profissional de saúde pública e tem como foco, além do animal, a saúde do ser humano. Para que a saúde de uma comunidade seja mantida, é importante que os animais deste local passem por check-ups regulares com os exames necessários para assegurar sua saúde e/ou a necessidade de alguma intervenção. A prevenção deve ser feita ao longo de toda a vida do animal”, completa o profissional.
SAIBA MAIS
Para outras informações, entre em contato com o médico veterinário Rogério Moretti Fioroni (CRMV 11.010), pós-graduado em doenças infecciosas e zoonoses em cães e gatos pela Unesp/Botucatu. O profissional atende na Clínica Veterinária Planeta Animal, na Rua Sorocaba, 91. Os telefones são (14) 3433-5656 ou (14) 3432-5018.
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