A Guerino está oficialmente autorizada a operar suas novas linhas. A decisão, considerada histórica, é da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)..
Em deliberação publicada na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da União, a agência convalida a licença operacional para que a empresa possa ser incluída em novos mercados – no caso, linhas entre destinos no Mato Grosso do Sul e em São Paulo.
Na prática, a autorização interrompe monopólios que se arrastavam havia décadas. Caso, por exemplo, da linha entre Marília e São Paulo, servida até pouco tempo apenas pelo Expresso de Prata.
A concorrente, aliás, teve sua impugnação negada, assim como a Viação Motta, a Viação Cometa e Viação São Luiz, segundo a mesma deliberação, assinada pelo diretor em exercício da ANTT, Marcelo Vinaud Prado.

LIMINAR / A deliberação que autorizava a operação nas novas linhas pela Guerino Seiscento havia sido suspensa no dia 26 de fevereiro pela juíza federal titular da 6ª Vara do Distrito Federal, Ivani Silva da Luz, a pedido do Expresso de Prata.
No entanto, o diretor em exercício da ANTT afastou todas as impugnações feitas pelas empresas concorrentes à Guerino Seiscento. Fundada em 1946 e sediada em Tupã (SP), a empresa ganhou uma queda de braços com empresas tradicionais do transporte rodoviário de passageiros.

PARTIU, CAPITAL / Atualmente, a Guerino Seiscento oferece três horários diários para São Paulo (13h15, 23h15 e 23h59), com ônibus executivo e semileito. O Expresso de Prata, por sua vez, dispõe de oito horários diários (0h20, 0h35, 6h, 10h, 11h20, 15h, 23h e 23h30), com ônibus convencional e leito.

Reconhecido por sua qualidade, o Expresso de Prata ofereceu viagens exclusivas Marília-capital por décadas

Volta de Passaredo pôs fim aos voos somente pela Azul

Desde outubro de 2019, os passageiros que embarcam e desembarcam em Marília passaram a contar com outro guichê no aeroporto local para comprar ou retirar suas passagens e fazer check-in/check-out: o da Azul ganhou a companhia da Passaredo.
O retorno da operação da empresa ribeirão-pretana na cidade após oito anos e nove meses pôs fim a um monopólio que persistia no setor desde que a Azul incorporou sua última concorrente por aqui, a Trip Linhas Aéreas, em 2012.
Agora, quem pretende viajar para São Paulo, por exemplo, pode optar entre descer em Congonhas, na própria capital, pela Passaredo ou fazer conexão para dentro e fora de país, por Cumbica, em Guarulhos (SP), pela Azul.

ESTRUTURA / A despeito da ampiação no número de operadoras do transporte regular de passageiros, a situação é no aeroporto. Construído na década de 1930, o prédio está incompatível com a demanda diária de passageiros. Não raro, é preciso esperar quase do lado de fora para aguardar pela chegada do próximo voo.
Em 2019, o governo estadual confirmou a inclusão do aeroporto local entre os 20 que devem ser repassados à iniciativa privada em regime de concessão. Ou seja: qualquer reforma vai depender da empresa que tiver interesse em administrá-lo.

Ferrovia sempre ofereceu serviço sem concorrência

Enquanto a oferta de transporte de passageiros e de cargas ocorre atualmente por mais de uma operadora, seja pelos céus ou rodovias, o modal ferroviário nunca conheceu outra opção em Marília que não o do monopólio.
É assim desde quando o trem chegou por aqui, em 1928. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro (1868-1971) foi a única opção do mariliense para viajar ou embarcar cargas até o fim da empresa, em 1971.
A situação permaneceu a mesma com a estatização do serviço pela Ferrovias Paulistas S.A (Fepasa [1971-1998]) e continuou com a concessão do serviço, a partir de 1999. Os trens de passageiros ainda correram por aqui até 15 de março de 2001. Depois, só cargas – as últimas, em 2009, pela extinta ALL (1999-2015). A atual concessionária é a Rumo Logística.

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