A Prefeitura de Marília revelou na manhã desta quinta-feira (30) uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) que apresenta Marília como uma das cidades com baixa disseminação do coronavírus.
O estudo da Unesp elenca 15 cidades que, juntas, concentram 70% do total de casos e mortes no Estado de São Paulo. Bauru, distante cerca de 100 quilômetros de Marília, é a cidade mais próxima no mapa. A classificação é feita pelo número de casos a cada 100 mil habitantes.
Nesse mapa, Marília não está na rota do vírus, aparecendo com densidade “muito baixa” na proporção do número de casos confirmados. Além de muita baixa, as outras classificações do mapa são: baixa, média, alta e muito alta.
“A gente agradece mais esta importante doação aos nossos profissionais de saúde que têm sido verdadeiros heróis no combate ao coronavírus em nossa cidade”, disse o secretário municipal da Saúde, Cássio Luiz Pinto Júnior.
O prefeito Daniel Alonso (PDSB) disse que o estudo servirá para apresentar que Marília tem condições de flexibilizar a quarentena, retomando as atividades comerciais de forma gradual.
“Os nossos casos são considerados baixos no padrão do Estado de São Paulo. Marília foi a primeira cidade a determinar a quarentena e já temos testagem rápida nas unidades de saúde. Tudo isso nos dá condições de manter controle da pandemia”, disse. “Desta forma, com estes argumentos, apresentamos condições suficientes para que a partir do dia 10 possamos fazer a retomada gradual das atividades comerciais que estão paralisadas”, complementou o prefeito.
Apesar da notícia positiva, Daniel Alonso advertiu que todas as medidas de isolamento e distanciamento devem continuar sendo seguidos pela população.
“Não podemos nos tornar vítimas de nosso sucesso. Estamos vendo exemplos de cidades que estavam indo muito bem e do dia pra noite mudou tudo”, analisou o prefeito.
Pesquisa indica ‘falsa sensação de segurança’ vivenciada no interior
Responsável pelo estudo, o professor Carlos Magno Fortaleza enfatizou que é preciso manter expressivo índice de isolamento social nesses polos para evitar que o contágio atinja também os de menor porte, seguindo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que prevê quatro tipos de municípios no interior: os polos regionais, os extremamente conectados com polos, os menos conectados e os rurais.
“É grande a necessidade de que os grandes centros regionais mantenham maior rigor no isolamento, o que vai impactar nos demais [em relação à circulação do vírus]”, afirma o professor da Unesp.
Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o infectologista David Uip salientou que existe uma falsa sensação de que o interior paulista está protegido contra a Covid-19, mas, se não houver cooperação por parte dos moradores, especialmente nos chamados centros regionais, a doença poderá se alastrar ainda mais pelo Estado.