O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) já beneficiou 100 pacientes com transplantes de órgãos de doadores neste ano. A unidade fez a 22ª captação em abril.
Conforme o hospital, a última captação ocorreu no dia 22 de abril. A doação foi feita pela família de uma paciente jovem, de 34 anos. Os órgãos doados foram dois rins e um fígado. O fígado e um rim foi para paciente necessitado de transplante da região de Ribeirão Preto e um rim para paciente da região da capital de São Paulo.
O trabalho de conscientização do setor de Organização de Procura de Órgãos (OPO) do hospital vem crescendo a cada ano. A taxa de aceitação dos familiares pela doação de órgãos do paciente era de 45% do total de doadores em potencial no ano passado e já subiu para 75% em 2020.
Em 2019 foram 32 doadores de múltiplos órgãos que beneficiaram centenas de pacientes que estavam na fila de espera por um transplante. Foram 236 órgãos doados e captados na instituição, sendo 132 córneas, 27 fígados, 62 rins, quatro pulmões, dois corações e nove ossos.
A enfermeira da OPO do HC, Débora Gutierres, explica que qualquer um pode doar, mas para isso é preciso comunicar em vida o posicionamento aos familiares, pois a família sempre precisa ser consultada e orientada sobre os procedimentos e a doação só pode acontecer com as respectivas autorizações.
A remoção para transplante de órgãos é prevista na Constituição Federal (Art. 199, § 4º) com permissão legal na Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, conhecida como Lei dos Transplantes, e regulamentada no Decreto n. 9.175, de 18 de outubro de 2017. Tão só os portadores de doença progressiva, incapacitante e irreversível podem ser submetidos a transplantes, com permissão do órgão central do Sistema Nacional de Transplantes – SNT.
A superintendente do HC FAMEMA, Paloma Libanio, representando o setor de OPO e todos os profissionais envolvidos, agradece a todas as famílias de doadores e em particular a família da 22ª doadora, destacando a importância da sociedade e principalmente dos familiares em contribuir com o salvamento da vida de alguém que precisa ter um órgão degenerado substituído.
“É um feito admirável, merecedor de louvor e agradecemos pela compreensão por ajudarem a saúde pública a fazer o seu papel”, declarou.