O governo de São Paulo apresentou em audiência pública online, na terça-feira, o projeto de concessão e prestação de serviços públicos de 22 aeroportos da atual rede estadual operados pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), incluindo o aeroporto de Marília.
Mesmo com todo o cenário de pandemia do coronavírus, os representantes do governo foram firmes em defender a manutenção do calendário do projeto, que prevê leilão já em dezembro dos dois lotes (Sudeste e Noroeste).
Marília está incluída no grupo Sudeste junto com outros oito unidades, cuja principal é a de Ribeirão Preto, seguida por aeroportos comercias (Bauru, Araraquara e Franca) e de aviação executiva (São Carlos, Sorocaba, Guaratinguetá e Registro).
Dos investimentos esperados para o bloco Sudeste, por exemplo, R$ 88,18 milhões devem ser aportados já nos primeiros três anos. O aporte total em 30 anos é de R$ 233,40 milhões.
O lote Noroeste é composto por 13 unidades, encabeçada por São José do Rio Preto, e que tem também os aeroportos comerciais (Presidente Prudente, Araçatuba, e Barretos), além dos aeródromos com vocação executiva (Avaré-Arandu, Assis, Dracena, Votuporanga, Penápolis, Tupã, Andradina, Presidente Epitácio e São Manuel).
Já no caso dos investimentos do setor privado no bloco Nordeste, dos R$ 176,96 milhões para os 30 anos de concessão, R$ 62,83 milhões serão desembolsados pela concessionária vencedora nos primeiros três anos.
A proposta prevê investimentos de R$ 700 milhões entre obras (capex) e operação (opex) pela iniciativa privadas, além de geração de cerca de R$ 600 milhões em impostos para municípios e União, ao longo de 30 anos de concessão. As contribuições para a consulta pública podem ser feitas no site da Artesp até o dia 21 de maio.
O Projeto
A apresentação do projeto foi feita pelo diretor Econômico e chefe de Gabinete do Daesp, Ângelo Grossi. A estimativa é de publicação do edital no final de agosto, com roadshow em setembro.
Na apresentação, Grossi mostrou números bastante otimistas para o cenário de demanda dos dois blocos, mas ainda desatualizados e fora do contexto do grave cenário de crise.
Nos dois blocos, a estimativa é alta no fluxo de passageiros de pouco mais de 1,2 milhão ao ano hoje para 4,2 milhões em 2050