O Serviço Social da Indústria (Sesi) do Estado de São Paulo está demitindo funcionários em todas as unidades em virtude da crise motivada pela pandemia do coronavírus. Em Marília, o coordenador do Núcleo de Artes Cênicas (NAC), Fernando Delabio, foi demitido e o teatro da cidade deve reabrir apenas em 2021.
Através de sua rede social, o ator, diretor e teatrólogo Fernando Delabio lamentou seu desligamento em um momento que, segundo sua opinião, a arte é fundamental para promover a transformação social.
“Terminou hoje meu trabalho no teatro do Sesi Marília. Vida que se transforma. A instituição, ao que parece, passa por uma reestruturação. Uma perda para cidade de um espaço de cultura, pro estado, pro país. Quantos teatros sobrarão? Quantos artistas? No momento em que a cultura se mostra tão importante para nossa compreensão do mundo e do que se passa, para nos melhorarmos enquanto cidadãos, nós, os produtores da beleza que tanto nos orgulha, nos faz refletir, melhorar e engrandecer como nação (em meio de tantos maus exemplos) somos dispensados… Talvez seja um reflexo destes tempos obscuros. A arte, porém, sobrevive!”, comentou
Os cortes estão sendo realizados principalmente nas áreas culturais e esportivas. O Jornal D Marília questionou o Sesi-SP sobre as demissões e foi informado que a crise provocou a redução compulsória de 50% da receita da entidade de serviço social, mas não revelou o número de funcionários demitido na cidade.
“A crise do coronavírus tem castigado todos os setores da economia. O Sesi-SP tem feito todos os esforços para preservar seu quadro funcional. Entretanto, é impossível ignorar a queda de arrecadação causada pela desaceleração da economia, a redução compulsória de 50% da receita nesses meses e o nível de inadimplência, que é imprevisível. Além disso, estamos impossibilitados de manter funcionando as áreas esportivas e culturais. É um momento difícil para todos e até lá o Sesi-SP trabalhará com afinco para que o impacto seja o menor possível”, notificou o Sesi-SP.
Sem data para cessar a quarentena no estado e em todo país, a cultura é um dos setores mais prejudicados pela crise, pois especialistas indicam que o segmento será um dos últimos a retornar a normalidade, independente de quando ocorra.