A aclimatação gradual, hidratação e monitoramento dos sintomas são essenciais para minimizar os efeitos da altitude no corpo humano
É mais comum sabermos dos efeitos da altitude no corpo humano quando vemos jogadores de futebol relatando os problemas que sentem ao irem jogar em países localizados em altas altitudes ou até passando mal durante o jogo. E se você já se sentiu mal ou com dificuldade para respirar em alguma viagem, também sabe o que acontece.
O corpo humano reage de várias maneiras às mudanças de altitude, principalmente devido à variação na pressão atmosférica e na quantidade de oxigênio disponível. Um dos primeiros sintomas, quase que imediato, é a dificuldade respiratória.publicidade
Quais são os efeitos da altitude no corpo humano?
No início, a respiração pode se tornar mais rápida e superficial devido à menor quantidade de oxigênio no ar. A explicação é que a pressão atmosférica reduzida significa que há menos oxigênio disponível para ser inalado, levando a uma necessidade maior de respiração para compensar a menor pressão de oxigênio.
Outra reação rápida é o aumento da frequência cardíaca. O coração começa a bater mais rápido para bombear mais sangue (e, portanto, mais oxigênio) para os tecidos. Aumentar a frequência cardíaca é uma forma de compensar a menor disponibilidade de oxigênio no ar.
Na sequência, é possível observar adaptações a médio e longo prazo. Uma delas é o aumento da produção de glóbulos vermelhos. O corpo começa a produzir mais glóbulos vermelhos para melhorar o transporte de oxigênio no sangue. Isso ocorre em resposta à baixa oxigenação, o rim produz eritropoietina, um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos.
Nesta fase, a respiração se ajusta para ser mais profunda e eficiente à medida que o corpo se adapta. Com o tempo, o corpo ajusta a taxa e a profundidade da respiração para otimizar a absorção de oxigênio.
Da mesma forma, vem o ajuste no metabolismo. Pode haver uma mudança na forma como o corpo utiliza energia, com um aumento na queima de gorduras e mudanças na produção de energia. A explicação é que a adaptação ao ambiente de baixa oxigenação pode influenciar a forma como o corpo metaboliza nutrientes.
Problemas potenciais
- Doença de montanha aguda (AMS): sintomas como dor de cabeça, náusea, fadiga, e dificuldade para dormir. O AMS é causado pela dificuldade do corpo em se adaptar rapidamente às mudanças de altitude.
- Edema pulmonar de alta altitude (HAPE): falta de ar severa, tosse com sangue e dificuldade respiratória. O HAPE é uma condição grave onde o líquido se acumula nos pulmões devido à exposição a altitudes muito elevadas.
- Edema cerebral de alta altitude (HACE): confusão mental, coordenação prejudicada, e perda de consciência. O HACE ocorre quando o cérebro incha devido à baixa pressão de oxigênio.
Prevenção e cuidados
A aclimatação deve ser gradual. Subir gradualmente para permitir que o corpo se adapte ao novo ambiente. Manter-se bem hidratado e bem alimentado pode ajudar a reduzir o impacto das mudanças de altitude.
Em alguns casos, medicamentos como a acetazolamida podem ser usados para ajudar na aclimatação. Cada pessoa reage de maneira diferente às mudanças de altitude, e a gravidade dos sintomas pode variar. É importante monitorar qualquer sintoma e procurar ajuda médica se necessário.
Doença da altitude: como combater sintomas
Para combater os sintomas da doença de altitude (ou mal de altitude) no corpo humano, é fundamental adotar medidas preventivas e tratamentos adequados. A doença de altitude ocorre quando o corpo não consegue se adaptar rapidamente às baixas concentrações de oxigênio em altitudes elevadas. Aqui estão algumas estratégias e cuidados para lidar com os sintomas:
Suba gradualmente para altitudes mais elevadas, permitindo que seu corpo se ajuste. Se possível, passe alguns dias em altitudes intermediárias antes de subir ainda mais. Isso permite que o corpo comece a produzir mais glóbulos vermelhos e ajuste a respiração para lidar melhor com a baixa oxigenação.
Beba muita água para evitar a desidratação, que pode agravar os sintomas da doença de altitude. A hidratação ajuda a manter o equilíbrio de fluidos no corpo e reduz a carga sobre o sistema respiratório e cardiovascular.
Além da hidratação, a alimentação merece total atenção. Consuma refeições leves e balanceadas, evitando alimentos pesados que podem causar desconforto gastrointestinal. Uma dieta equilibrada ajuda a manter a energia e a saúde geral.
Também é evidente que bebidas alcoólicas e sedativos são péssimas alternativas, já que podem dificultar a adaptação ao ambiente de baixa oxigenação. Eles podem afetar negativamente a respiração e a função do sistema nervoso.
Em relação aos tratamentos e cuidados, medicamentos podem ser utilizados sob prescrição e orientação médica. A acetazolamida (Diamox) pode ser usada para ajudar a acelerar a aclimatação e reduzir sintomas como dor de cabeça e fadiga. Comece a tomá-la antes de subir para altitudes elevadas.
A dexametasona é um corticosteroide que pode ser prescrito em casos mais graves para reduzir a inflamação e o edema cerebral. E o O2 Supplementar é usado em casos graves, em que a oxigenoterapia pode ser necessária para fornecer oxigênio extra.
Além disso tudo, o que você também pode e deve fazer é repousar e evitar esforço físico intenso até que os sintomas melhorem. Descansar ajuda o corpo a se adaptar e a se recuperar dos efeitos da altitude.
Se os sintomas persistirem ou se agravarem, desça para uma altitude mais baixa o mais rápido possível. A descida reduz a pressão atmosférica e a carga sobre o sistema respiratório, aliviando os sintomas.
Observe sinais de sintomas mais graves, como falta de ar intensa, confusão mental ou dificuldade em manter o equilíbrio. Identificar rapidamente sintomas graves permite uma intervenção rápida e pode prevenir complicações.
Reconhecimento dos sintomas:
- Sintomas leves: dor de cabeça, náusea, fadiga, tontura, e dificuldade para dormir.
- Sintomas moderados: falta de ar persistente, dificuldade em caminhar, e perda de apetite.
- Sintomas graves: falta de ar severa, tosse com sangue, confusão mental, perda de coordenação, e perda de consciência.
A prevenção e o tratamento eficaz da doença de altitude dependem da preparação adequada e da atenção aos sinais do corpo. A aclimatação gradual, hidratação, alimentação adequada, e monitoramento dos sintomas são essenciais para minimizar os efeitos da altitude e garantir uma experiência segura em ambientes elevados. Se necessário, procure assistência médica para tratamento e acompanhamento apropriado.
Fonte: Olhar Digital