A busca por alternativas sustentáveis na produção de suplementos alimentares tem gerado descobertas notáveis, e a mais recente delas envolve o desenvolvimento de creatina a partir do cultivo de plantas. Publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, este avanço promete melhorar a oferta de creatina vegana, beneficiando tanto atletas quanto veganos.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Zhejiang, na China, explora o uso de tecnologia de biologia sintética para transformar plantas em fontes produtivas de suplemento. Este novo método pode revolucionar a maneira como a creatina é obtida, oferecendo uma solução que não depende de fontes animais.
Como as Plantas Produzem Creatina?
Uma das perguntas que surge naturalmente é: como é possível que plantas, tradicionalmente não associadas a produção de creatina, possam agora ser usadas para esse fim? A resposta está na biologia sintética. A equipe de pesquisadores introduziu módulos sintéticos de DNA na planta Nicotiana benthamiana. Esses módulos continham instruções para a produção de enzimas que convertem aminoácidos em creatina.
O experimento revelou que, após três dias, as plantas podiam produzir 2,3 microgramas de creatina por grama de material vegetal. Isso é significativo, considerando que a vegetação não contém naturalmente essa substância crucial para o desempenho físico.
Quais São os Benefícios da Creatina Vegana?
Os benefícios de uma versão vegana da creatina são amplos. O mais imediato é atender a uma demanda crescente por suplementos esportivos que não dependem de produtos animais. Além disso, este método também pode diminuir a pressão sobre as fontes tradicionais de creatina, como carne e peixe, promovendo práticas mais sustentáveis.
- Aumento da Inclusividade: Veganos ou vegetarianos podem usufruir dos mesmos benefícios que os carnívoros.
- Sustentabilidade: Reduz a necessidade de exploração animal e promove o uso racional de recursos naturais.
O Que Podemos Esperar do Futuro?
O sucesso inicial desse método abre portas para novas possibilidades. Os pesquisadores acreditam que no futuro poderemos ampliar essa técnica para outras plantas comestíveis, que funcionariam como biofábricas. Isso não seria benéfico apenas para suplementos de creatina, mas também para outros nutrientes complexos.
A Produção de Outros Nutrientes
A pesquisa não se restringiu apenas à creatina. A equipe também testou a produção de carnosina e taurina, duas substâncias populares entre atletas. Enquanto a produção de carnosina foi incrementada em 3,8 vezes, a produção de taurina ainda precisa de ajustes. Este estudo inicial é promissor e demonstra o potencial de plantas geneticamente modificadas.
No cenário atual, onde a sustentabilidade ambiental é prioridade, o desenvolvimento de métodos como este não só torna a suplementação alimentar mais acessível, mas também ecologicamente correta. À medida que a pesquisa avança, podemos esperar que o impacto de tais inovações se reflita em uma gama cada vez maior de produtos.
Fonte: Terra Brasil Notícias