Preço branco está na lista dos vilões que fazem mal para o cérebro – Foto: Freepik/Reprodução/ND
Arroz branco está na lista dos vilões que fazem mal para o cérebro – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Já ouviu falar no ditado, você é o que come? Segundo a SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria de São Paulo), os alimentos são tão importantes para o corpo humano que podem afetar a memória, a função cognitiva e a saúde emocional do cérebro.

A nutricionista especialista em Gerontologia, Elci de Almeida Fernandes, que também é membro do conselho consultivo da SBGG alerta para os riscos de alimentos com alto índice glicêmico e gorduras saturadas que podem fazer mal para o cérebro.

Contudo, a especialista aconselha que não é necessário cortar a ingestão para sempre, basta consumi-los de forma balanceada.

“Comer preparações mais naturais, menos industrializadas, de forma fracionada e em quantidades controladas. Os alimentos ditos ‘ruins’ não devem ser extinguidos da dieta, mas controlados”, aconselha a nutricionista.

5 alimentos que fazem mal para o cérebro:

Arroz e pão branco

Alimentos com alto índice glicêmico podem aumentar o risco de depressão, apontam estudos recentes.

A pesquisa do American Journal of Clinical Nutrition, publicada em 2015, descobriu mulheres na fase da menopausa que comeram alimentos com carboidratos refinados, como pão francês e arroz branco, cereais de milho e batata, apresentam alto índice de depressão.

Inversamente, as que ingeriram mais lactose, fibras, frutas e vegetais tiveram menos propensão a ficarem deprimidas.

Uma alternativa, aponta a nutricionista, é comer quantidades fracionadas ou trocar os carboidratos refinados pelos integrais.

“Nesse caso, eles são carboidratos complexos e apresentam uma digestão mais lenta em comparação aos grandes representantes do alto índice glicêmico que são os açúcares, sucos concentrados, mel, doces, cana de açúcar, refrigerantes, entre outros”, explica Elci.

As frutas (principalmente com cascas), legumes, vegetais e grão integrais são ricos em fibras e têm como função minimizar o tempo de absorção dos carboidratos. Assim, auxiliam na minimização do pico de oscilação da glicemia, além de aumentarem a sensação de saciedade e a satisfação entre uma refeição e outra.

Sucos de frutas concentradas

Estudo publicado no jornal Neuroscience mostrou que ratos submetidos a uma dieta com alto índice de açúcar e gordura tiveram declínio cognitivo considerável.

Conforme a pesquisa, as memórias de longo e curto prazo tiveram uma perda, assim como a capacidade de resolver problemas a partir de uma nova informação.

Para entender o motivo, os pesquisadores analisaram as bactérias intestinais antes e depois das novas dietas e descobriram que a bactéria Clostridiales floresceu na dieta com muito açúcar, enquanto a Bacteroidales, reduziu.

Ou seja, segundo os cientistas, a gordura e açúcar podem alterar os sistemas bacterianos.

“Tanto a preservação do funcionamento do intestino quanto a manutenção da flora influenciam diretamente na absorção dos nutrientes e influenciam no controle do funcionamento de praticamente todos os órgãos”, explica Elci.

Queijo amarelo

Alimentos ricos em gordura saturada, como queijos amarelos, estão associados a problemas de memória e inflamação no cérebro, indicam pesquisas.

Isso porque as dietas gordurosas prejudicam o hipotálamo, a área do cérebro que regula o peso corporal.

Estudo do Journal of Clinical Investigation, de 2011, descobriu que roedores com uma dieta rica em gordura apresentaram inflamação no hipotálamo. Lesões semelhantes foram encontradas no cérebro de pessoas obesas.

Além disso, uma dieta rica em gordura promove inflamação nas artérias, aumentando o risco de derrames.

Vale ressaltar que queijos brancos e ricotas não estão incluídos na lista.

Frituras

Alimentos fritos, ricos em gordura saturada e colesterol, estão ligados a um maior risco de Alzheimer, aponta a SBGG.

Estudo de 2014 no Journal of The American Medical Association descobriu que altos níveis de LDL (mau colesterol) e baixos de HDL (bom colesterol) estão ligados ao acúmulo de proteínas beta-amiloides, causadoras de Alzheimer.

Isso acontece porque a gordura saturada pode danificar a barreira hematoencefálica, crucial para proteger e nutrir o cérebro, permitindo a entrada de substâncias nocivas.

Além disso, o colesterol alto no sangue está associado ao desenvolvimento de demências.

Contudo, mais pesquisas são necessárias para confirmar a relação entre colesterol elevado e a progressão do Alzheimer.

Pipoca de micro-ondas

Alimentos como pipoca de micro-ondas, margarina e pizzas congeladas contêm gorduras trans, que prejudicam a saúde cerebral.

Um estudo publicado em 2011 na revista Neurology revelou efeitos preocupantes do consumo elevado de gorduras trans: funções cognitivas comprometidas e redução do volume cerebral total.

Outra pesquisa, realizada em 2014 com mil pessoas, demonstrou que aquelas que consumiam mais gorduras trans apresentavam pior desempenho em testes de memória.

Em outra análise com 50 estudantes, um grupo que tinha dieta baseada em gordura trans tiveram as chances de morrer com um ataque cardíaco aumentadas em em 28%, e a de morte por qualquer outro problema de saúde em 34%.

Fonte: ndmais

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Depressão, perda de memória e Alzheimer: 5 alimentos prejudiciais ao cérebro