Documento defenda agenda econômica que se adapte à nova realidade climática após enchentes e incêndios florestais no país.
Empresários, economistas e personalidades brasileiras assinaram nesta quarta-feira (28) o ‘Pacto Econômico pela Natureza’, um documento que reforça medidas sustentáveis para o desenvolvimento do país e coloca a iniciativa privada como colaboradora de uma agência econômica, que se adapte à nova realidade ambiental. A carta é publicada após duas tragédias acontecerem em poucos meses no país – as enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas e incêndios simultâneos em várias regiões.
O documento cita que os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) devem se unir à iniciativa privada para proteger biomas como o Pantanal, por exemplo. Ainda afirma que é necessário que o Brasil, anfitrião da COP em 2025, “construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento”.
Empresários que assinaram o ‘Pacto pela Natureza’
- Álvaro de Souza
- Ana Maria Diniz
- Ana Paula Pessoa
- Anis Chacur
- Antônio Mathias
- Arminio Fraga
- Betânia Tanure
- Candido Bracher
- Daniel Castanho
- David Zylbersztajn
- Eduardo Bartolomeo
- Eduardo Sirotsky Melzer
- Eduardo Vassimon
- Elie Horn
- Eugênio Mattar
- Fabiana Alves
- Fabio Barbosa
- Fernando Simões
- Guilherme Benchimol
- Guilherme Leal
- Guilherme Quintella
- Jayme Garfinkel
- Joaquim Levy
- José Alberto Abreu
- José Berenguer
- José Luiz Setúbal
- José Olympio Pereira
- Hélio Mattar
- Horacio Piva
- Irlau Machado
- Luiz Fernando Furlan
- Marcelo Bueno
- Marcelo Kalim
- Marcos Molina
- Maria Silvia Bastos
- Paulo Caffarelli
- Paulo Hartung
- Paulo Kakinoff
- Paulo Souza
- Pedro Bueno
- Pedro de Camargo Neto
- Pedro Parente
- Pedro Passos
- Pedro Wongtschowski
- Ricardo Marino
- Roberto Klabin
- Roberto Rodrigues
- Rodrigo Galindo
- Rubens Menin
- Rubens Ometto
- Tito Enrique Silva Neto
- Walter Schalka
A carta é assinada por empresários dos mais variados ramos, além de economistas e personalidades. Nela, eles afirmam que cabe à iniciativa privada colaborar para que a agenda ambiental, de fato, seja produtiva no Brasil. O ‘Pacto pela Natureza’ é uma espécie de comprometimento para que a agenda ambiental, que muitas vezes esbarra em interesses privados, saia do papel.
Confira a íntegra do documento abaixo:
“A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Não temos à mão fórmulas prontas, soluções fáceis. Mas, como cidadãos perplexos com o impacto socioeconômico dos eventos extremos e com o despreparo da nossa nação, manifestamos aqui nosso compromisso de buscar as saídas em conjunto com toda a sociedade.
Precisamos colaborar com o Executivo na estratégia de combate ao desmatamento ilegal e na recuperação de áreas degradadas. Precisamos contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e protejam as florestas. Precisamos incentivar um Judiciário atuante na defesa do direito constitucional ao meio ambiente, algo em que o Brasil, aliás, foi pioneiro e referência. Precisamos dos Três Poderes alinhados —tanto no diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente, como no compromisso em torno de um programa que faça do Brasil uma potência de soluções sustentáveis.
Não é justo, porém, empurrar todo o ônus para o Poder Público. E não é produtivo gastar tempo apontando culpados, caçando bruxas. Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos.
Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados.
Um pacto econômico com a natureza impulsionará a nação no cenário global. Temos vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita. Podemos gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos.
Em 2025 o Brasil será anfitrião da COP, fórum global que discute o enfrentamento da crise climática. É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento. O empresariado e os Três Poderes precisam se unir o quanto antes para encarar esse desafio, em uma coalizão em defesa do nosso meio ambiente, da nossa economia e da prosperidade da nossa população.“
Por Thiago Morais, editado por Bruno Capozzi / Fonte: Olhar Digital