Alerta é resultado de um método alternativo criado por pesquisadores para quantificar o risco global de escassez de água
Uma das maiores preocupações para o futuro é que falte água na Terra. Isso teria impactos dramáticos para a vida no nosso planeta e pode representar uma ameaça muito mais próxima do que o imaginado. É isso o que aponta um novo método alternativo criado por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, para quantificar o risco global de escassez de água.
Locais de origem da umidade da chuva precisam ser preservados
- Até agora, todos os trabalhos sobre o tema levaram em conta a ideia de que o abastecimento global de água é resultado da chuva caindo na superfície da Terra e depois sendo armazenada em aquíferos, lagos e rios.
- No entanto, o novo estudo mostra como os riscos hídricos dependem da governança e das condições ambientais das áreas de onde vem a umidade da chuva.
- Os pesquisadores explicam que o abastecimento de água se origina com a umidade evaporada da terra ou no oceano viajando na atmosfera antes de cair como chuva.
- E alertam que esse fator é comumente negligenciado ao avaliar a disponibilidade de água no nosso planeta.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Water.
Necessidade de esforço global
A equipe de cientistas examinou 379 bacias hidrológicas em todo o mundo, revelando que os riscos para a segurança hídrica são significativamente maiores quando são consideradas as áreas de onde vem a umidade da chuva.
Como uma grande quantidade de água é evaporada das plantas, as mudanças no uso da terra podem afetar a disponibilidade do recurso. Se o desmatamento e o desenvolvimento agrícola forem predominantes nestas áreas analisadas, a quantidade de umidade pode diminuir, reduzindo as chuvas a favor do vento e aumentando o risco para a segurança hídrica mundial.
Em outras palavras, fatores políticos, como gestão ambiental e regulamentações em áreas onde a umidade evapora pela primeira vez, podem afetar a segurança da água em áreas completamente diferentes.
Os pesquisadores ainda destacaram que não se pode ignorar a interdependência entre os países. No final, toda a água do planeta está conectada, então os governos não podem se preocupar apenas com os recursos em seus países.
Por fim, os cientistas dizem esperar que os resultados ajudem a identificar onde as estratégias e esforços de cooperação podem ser direcionados para mitigar as causas das tensões relacionadas à água, incluindo fluxos de água atmosférica na tomada de decisões transfronteiriças e estruturas de governança da água.
Fonte: Olhar Digital