Nova terapia com transplante de células-tronco reverteu dependência de insulina em paciente de 25 anos
Cientistas da Universidade de Pequim, da Hangzhou Reprogenix Bioscience e do Laboratório Changping desenvolveram um tratamento com células-tronco que pode “curar” a diabetes tipo 1. Como descrito em um artigo na Cell, a terapia conseguiu reverter a dependência de insulina em uma paciente de 25 anos.
Entenda:
- Cientistas chineses desenvolveram um tratamento com células-tronco que pode acabar com a dependência de insulina em pacientes com diabetes tipo 1;
- A terapia consiste em transplantar novas ilhotas produtoras de insulina para substituir as células perdidas;
- Após receber o tratamento, uma paciente de 25 anos apresentou uma redução da necessidade de doses diárias de insulina em duas semanas;
- 75 dias depois, a necessidade das aplicações de insulina foi totalmente descartada;
- Os resultados são promissores, mas o tratamento ainda vai passar por mais pesquisas.
O método consiste em transplantar novas células produtoras de insulina para substituir as que foram perdidas. No teste, as células-tronco do tecido adiposo da paciente foram isoladas e transformadas em células de ilhotas – que geram a insulina no pâncreas. Posteriormente, essas células foram cultivadas e transplantadas novamente nos músculos do abdômen.
Tratamento com células-tronco ‘curou’ diabetes em 75 dias
Apenas duas semanas após receber o tratamento, a paciente apresentou uma redução da necessidade de doses diárias de insulina. 75 dias depois, ela já estava totalmente independente das aplicações do hormônio, com o organismo capaz de produzi-lo por conta própria.
Ela continuou sendo monitorada durante um ano, e passou mais de 98% desse período com uma faixa glicêmica saudável. Além disso, a equipe ainda destaca que não foi localizada nenhuma anormalidade em decorrência do transplante de células-tronco, mas o fato de o sistema imunológico ainda precisar ser suprimido é uma complicação potencial – já que a substituição das células não elimina a doença.
Mesmo que os resultados sejam promissores, a equipe destaca que ainda são necessários “estudos clínicos adicionais para avaliar o transplante das ilhotas”. Atualmente, outros dois participantes estão inscritos nos testes com a terapia de células-tronco.
Por Ana Julia Pilato / Olhar Digital