A linha de crédito para financiar salários de funcionários de pequenas e médias empresas na crise alcançou até agora R$ 1,438 bilhão. A modalidade foi acionada por 61,678 mil empresas e beneficiou mais de um milhão de trabalhadores, conforme dados divulgados na apresentação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, feita em reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, organizada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
O volume, que mostra a demanda até o dia 11 de maio, cresceu em relação à divulgação anterior. Na semana passada, o BC informou que apenas R$ 413,450 milhões do programa haviam sido contratados.
Já havia uma expectativa de aumento na liberação de recursos por conta do pagamento da folha de abril, feito na semana passada. Isso porque o programa foi liberado dias após as empresas terem feito o pagamento dos salários de março.
No entanto, o volume contratado ainda está bem abaixo do orçamento. Quando anunciou a linha, batizada de Pese, o BC informou que o programa com um orçamento previsto de R$ 40 bilhões deveria beneficiar 1,4 milhão de empresas e um total de 12,2 milhões de trabalhadores. Do total, 85% dos recursos vêm do Tesouro Nacional e o restante dos bancos repassadores.
Dois movimentos podem ajudar a elevar a demanda pela linha, que tem ficado aquém do esperado com as empresas preferindo não tomar crédito e terem a liberdade de demitirem se necessário.
Na semana passada, foi aprovada proposta de emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra, aprovada na quarta-feira no Congresso, que retira o impedimento para empresas devedoras da União acessarem os recursos.
Além disso, o Banco Central deve anunciar a extensão da modalidade para empresas com faturamento anual até R$ 50 milhões. O prazo, de financiar a folha de dois salários mínimos por funcionário, também deve ser ampliado em um ou dois meses.