Estudo revela que cada transação de Bitcoin consome uma piscina cheia de água, o que pode agravar o cenário de crise hídrica pelo mundo
O Bitcoin é a moeda do futuro? O assunto é polêmico mesmo entre especialistas e envolve mais do que apenas a economia. Mas se as preocupações ambientais com o uso crescente da criptomoeda diziam respeito apenas a grande demanda por energia, agora o alerta é sobre o consumo de água envolvido nas transações.
Cada transação consome uma piscina cheia de água
- De acordo com um estudo publicado na revista Cell Reports Sustainability, uma única transação de Bitcoin consome a mesma quantidade de água necessária para encher uma piscina.
- Segundo os pesquisadores, apenas em 2021, a mineração da criptomoeda consumiu mais de 1.600 gigalitros de água em todo o mundo.
- Isso significa que cada transação de Bitcoin usa 16 mil litros de água em média.
- A pesquisa alerta que isso pode agravar o cenário de escassez de água existente em alguns países.
- As informações são da Euronews.
Mineração do Bitcoin
A mineração de Bitcoin requer um enorme poder de computação para resolver equações matemáticas e gera recompensas financeiras para quem se propõe a ajudar na criação de novas criptomoedas.
O impacto ambiental desse processo já foi amplamente documentado, mas o foco destes alertas sempre foi em relação ao consumo de energia. Apenas em 2020, por exemplo, o consumo para mineração do Bitcoin foi superior ao de todo o Paquistão, país da Ásia.
No entanto, além da energia, também há o consumo de grandes quantidades de água, segundo este novo estudo. Ela é usada para resfriar os computadores em grandes data centers e também para baixar a temperatura de usinas de energia a carvão e gás que também alimentam computadores de mineração de Bitcoin.
Os pesquisadores ainda alertam que a quantidade de água consumida em cada transação de Bitcoin provavelmente aumentará no futuro. A projeção é que passe de 2.300 gigalitros, mais de 40% a mais em comparação com 2021.
Os principais riscos são para os países da Ásia Central, especialmente em razão do centro de mineração de Bitcoin do Cazaquistão, onde o clima seco está pressionando o abastecimento de água doce. Os Estados Unidos também podem agravar a escassez do recurso. A água utilizada no país para mineração da criptomoeda poderia abastecer uma cidade como Washington.
Os pesquisadores defendem que haja uma mudança na tecnologia de mineração do Bitcoin para diminuir os impactos ambientais. Algo semelhante já aconteceu com o Ethereum, segunda criptomoeda mais famosa do mundo.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi/Olhar Digital