Após superar os R$ 5,25 durante o pregão desta quarta-feira (18), a cotação do dólar fechou a R$ 5,2010, alta de 3,97%, segundo cotação da CMA. O turismo está a R$ 5,37 na venda. Em algumas casas de câmbio, a moeda chega a ser vendida acima de R$ 5,45.

Em 2020, o dólar sobe 29,6% ante o real, o que o deixou R$ 1,187 mais caro.

A forte valorização da moeda na sessão foi contida por intervenções do Banco Central (BC). A autarquia fez três leilões da moeda à vista ao longo do dia, que totalizaram US$ 860 milhões. Também foram vendidos US$ 2 bilhões em leilão de linha —venda com compromisso de recompra.

O pregão foi marcado por forte aversão a risco devido aos temores de investidores quanto a uma recessão global provocada pelas medidas de combate ao coronavírus.

Com o recuo de 10,34% nesta quarta, a Bolsa brasileira se assemelha a 2008, ano da última crise financeira. O Ibovespa, maior índice acionário da Bolsa brasileira, acumula queda de 42% em 2020. Em 2008, o índice caiu 41,22%, em termos nominais (sem contar a inflação).

Segundo dados da Economatica, a queda em 2008 corrigida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é de 44,50%. Se a correção inflacionária for media pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), a queda naquele ano foi de 46,12%.

Em termos nominais, a queda do Ibovespa em 2020 é a segunda pior da história do índice, criado em 1967 e computado a partir de janeiro de 1968. Segundo a Economatica, apenas a queda de 1972 supera este ano, com recuo de 44,4%. Corrigida pelo IPCA, a queda é de 51,97%.

Nesta quarta, o Ibovespa fechou em 66.894 pontos, menor patamar desde agosto de 2017. À época, a Bolsa se recuperava da forte queda de 18 de maio daquele ano, conhecido como Joesley Day, quando o Ibovespa caiu 8,8% e foi a 61 mil pontos após divulgação de conversa comprometedora entre o empresário Joesley Batista e o então presidente Michel Temer (MDB).

Neste pregão, foi acionado o sexto circuit breaker de março, igualando a quantidade de paralisações a 2008. O mecanismo é acionado em quedas superiores a 10%, 15% e 20%, e suspende as negociações por 30 minutos, 1 hora e tempo indeterminado, respectivamente.

A diferença das fortes quedas em 2020 para a última crise financeira está na velocidade da interrupção do mercado.

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Ibovespa acumula queda de 42% com crise do coronavírus