
Pela primeira vez, o número de inadimplentes no Brasil ultrapassou a impressionante marca de 70 milhões de pessoas, equivalente a 42% dos adultos do país. Se o contingente de brasileiros com “nome sujo” fosse uma nação, estaria entre as vinte mais populosas do mundo, superando países como França e Reino Unido.
O dado estarrecedor foi divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) na quarta-feira, 14. Em paralelo, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revelou que, desde 2022, praticamente oito em cada dez famílias brasileiras possuem alguma dívida.
O problema do endividamento persiste a despeito do mercado de trabalho aquecido e do recorde na renda dos trabalhadores, que atingiu uma média mensal de 3 410 reais no primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O contraste entre os bons números do mercado de trabalho e a massa de inadimplentes parece um paradoxo, mas a combinação dessas duas realidades revela, na verdade, a disfuncionalidade do crescimento econômico registrado nos últimos anos — impulsionado por estímulos governamentais que geram efeitos colaterais indesejados.
Fonte: Diário Do Brasil