As pesquisas e indicadores, como do Ipea (Pesquisa Econômica Aplicada), apontam que até 2030 a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve continuar em alta. Além de mudanças culturais e conquistas de direitos, empresas têm buscado cada vez mais esse equilíbrio, que reflete em equidade e diversidade.

Segundo a coordenadora de uma agência de Recursos Humanos em Ribeirão Preto, Danielle Peruchi, as mulheres têm conquistado cada vez mais o espaço no mundo corporativo, uma consequência do investimento em qualificação e persistência. Mas ainda há um longo caminho a percorrer.

“A mulher tem uma habilidade natural em gerenciar melhor o tempo. Concilia atividades da casa, maternidade e do trabalho. Ao longo do tempo, percebeu a necessidade de ter qualificação para conseguir espaço em um mercado de trabalho que ainda tem algumas barreiras e preconceitos arraigados, como às vezes deixar de contratar mulheres por engravidarem ou quando têm filhos”, diz.

Realidade Brasileira

As pesquisas sobre a realidade brasileira do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ainda apontam desigualdade no mercado. De acordo com os estudos, na qual apesar de o sexo feminino representar um contingente maior no total de habitantes, cerca de 108 milhões, mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho.

Ainda assim, a dedicação aos estudos e ao aprimoramento profissional elevou o nível de instrução feminino, que ao longo dos anos se qualificou mais. Em 2018, 18,4% dos homens que declararam estar no mercado de trabalho tinham o ensino superior, enquanto esse índice já era de 22,8% entre as mulheres.

Mulher na Tecnologia

Mulheres são usuárias de aplicativos, estão nas redes sociais e dominam dispositivos digitais, mas ainda é baixo o número delas que participa da produção da tecnologia.

Segundo pesquisa do IBGE, apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres, fato que não está atrelado ao grau de instrução, que em muitos casos é até mais elevado do que os homens.

De acordo com Danielle Peruchi, a participação feminina da área de TI já é mais expressiva, mas com participação inferior a dos homens em cargos mais estratégicos, de gestão.

“É notório que a presença feminina é mais comum em vagas iniciais, de ingresso na carreira, quando não se exige tanta qualificação. Quando se trata de vagas sênior e com remuneração superior, os homens ainda dominam os processos seletivos. Na área de programação a discrepância é ainda maior”, conta.

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Participação feminina no mercado está em alta e deve continuar crescendo