Com as medidas voltadas para o enfrentamento dos impactos da pandemia de covid-19, o rombo nas contas públicas do Governo Central deve encerrar este ano em R$ 787,449 bilhões, de acordo com o 3º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas pelo Ministério da Economia. Na última previsão divulgada pelo governo no início de julho, a estimativa para o déficit do Governo Central estava em R$ 795,6 bilhões.
Em relação ao relatório bimestral de dois meses atrás, a projeção para a receita primária total no ano caiu R$ 21,201 bilhões, de R$ 1,477 trilhão para R$ R$ 1,456 trilhão. A previsão para as receitas administradas ficou R$ 23,040 bilhões menor, passando de R$ 914,334 bilhões para R$ 891,294 bilhões.
Dentro desses montantes, a arrecadação esperada com royalties do petróleo ficou R$ 5,253 bilhões maior, chegando a R$ 57,329 bilhões neste ano. A projeção para o valor arrecadado com concessões também cresceu R$ 448,5 milhões, para R$ 4,748 bilhões em 2020. As receitas com dividendos foram reduzidas em R$ 11,6 milhões, para R$ 6,038 bilhões.
Já a estimativa para as despesas totais em 2020 aumentou em R$ 229,300 bilhões em relação ao relatório de maio, passando de R$ 1,753 trilhão para R$ 1,982 trilhão. As despesas obrigatórias aumentaram em R$ 233,558 bilhões, enquanto os gastos discricionários caíram em R$ 4,257 bilhões.
Ainda assim, a projeção de despesas com benefícios previdenciários caiu R$ 1,731 bilhão, para R$ 677,181 bilhões. Da mesma forma, a estimativa para despesas com pessoal e encargos sociais foi reduzida em R$ 1,073 bilhão, para R$ 324,793 bilhões. A previsão para os gastos com abono e seguro desemprego caiu R$ 673,4 milhões, para R$ 62,812 bilhões.
Para combater a pandemia do novo coronavírus, o governo federal recebeu autorização do Congresso para gastar mais do que estava previsto para esse ano, no que foi batizado de “orçamento de guerra”. Por isso, a equipe econômica não precisa cumprir a meta de déficit primário de 2020, que era de R$ 124 bilhões.