A reavaliação dos ativos da Petrobrás no primeiro trimestre deste ano foi considerado “um banho de sangue” pelo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pela amplitude do reconhecimento de perdas que a estatal decidiu fazer diante do impacto no novo preço do petróleo em projetos da companhia.

Ao todo foram reavaliados R$ 65,3 bilhões, sendo R$ 57,6 bilhões em campos produtores em águas rasas e profundas, que determinaram o maior prejuízo já registrado na história da Petrobrás para um trimestre: R$ 48,5 bilhões.

Segundo Castello Branco, a revisão de ativos, conhecida no jargão financeiro como impairment, não foi surpresa nem para ele nem para o mercado, pois muitos projetos foram contratados por preços bem maiores no passado do que os praticados atualmente. “A revisão dos nossos ativos foi um banho de sangue, mas foi necessária”, disse na terça-feira, 19, Castello Branco durante videoconferência promovida pelo Banco Safra.

A revisão levou em conta o preço de US$ 50 o barril de petróleo, diante da cotação em torno de US$ 70 usada para avaliar esses ativos no ano passado.

O preço do petróleo mudou de patamar no início deste ano, com o impacto da retração da demanda por conta da pandemia do novo coronavírus, chegando a ser cotado a menos de US$ 20 em meados de abril. Nos últimos dias, porém, a ligeira melhora de algumas economias mundiais, principalmente Estados Unidos e China, fizeram a commodity retomar parte do preço, operando acima dos US$ 30 o barril.

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Rever ativos foi ‘banho de sangue’, diz Petrobrás