Foto: Dimas Ardian/Bloomberg

Em uma declaração recente, Robin Brooks, ex-economista-chefe do Institute of International Finance (IFF), expressou sérias preocupações sobre o atual desempenho do real brasileiro. A fala ocorreu nesta quarta-feira, dia 24 de julho de 2024. Em suas redes sociais, Brooks lamentou que o Brasil estivesse “de volta ao fundo do pelotão,” uma posição que ele considera inadequada para um país com um perfil tão promissor.

Brooks já havia mencionado no passado que o valor justo do dólar frente ao real seria de R$ 4,50.
Chegou até a afirmar que o Brasil seria “a Suíça dos trópicos.”
Referiu-se consistentemente aos superávits na balança comercial do país como um indicador positivo.

Essas observações são particularmente relevantes, pois mostram uma mudança de postura do economista, que antes se mostrava bastante otimista em relação ao futuro econômico do Brasil.

Desempenho do Real
O economista destacou que o real brasileiro foi fortemente derrotado em relação a outras moedas a partir de 2021. Segundo ele, “Em 2021 –quando comecei a falar sobre o valor justo de 4,50 para $/BRL– o Real do Brasil foi massivamente derrotado em relação a todas as outras moedas. Estamos de volta a isso agora.” Brooks fez essa avaliação em uma publicação feita em sua conta no X (antigo Twitter).

Por que o real está tão desvalorizado?
Na última segunda-feira, dia 22 de julho, Brooks utilizou novamente suas redes sociais para expressar sua avaliação crítica sobre o desempenho do real em 2024. Ele comparou o Brasil a países como Turquia e Argentina, que também enfrentam quedas significativas em suas moedas. “As 3 moedas de mercados emergentes com pior desempenho neste ano são Turquia, Argentina e Brasil”, apontou.

Segundo Brooks, não há razão econômica que justifique o Brasil estar nesse grupo, especialmente quando se considera que o país é um grande exportador de commodities. “O Brasil é um grande exportador de commodities com grande vento favorável dos preços elevados das commodities. Uma ferida autoinfligida,” afirmou o economista.

Qual a visão do mercado sobre o real?
O pessimismo em relação ao real não se limita às declarações de Robin Brooks. Recentes projeções do mercado financeiro também vêm mostrando uma perspectiva negativa. Economistas consultados pelo Banco Central, através do Boletim Focus, preveem que o dólar chegará a R$ 5,30 ao final do ano. As expectativas para 2025 e 2026 também foram revisadas, chegando a R$ 5,23.

De acordo com Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, essa tendência de desvalorização deve continuar. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Stuhlberger afirmou que a situação fiscal e a gestão da autoridade financeira são fatores principais que influenciam essa visão pessimista.

O posicionamento do governo em relação aos gastos públicos é uma preocupação central.
A mudança na gestão da autoridade financeira contribuiu para aumentar as incertezas.
Ingerências na autonomia da autoridade monetária poderiam agravar a situação, levando o dólar a R$ 7, segundo comparações feitas ao período do ex-presidente do BC, Alexandre Tombini.

Considerações Finais
É evidente que a situação econômica do Brasil e o desempenho do real são temas complexos e que envolvem múltiplos fatores. O alerta de Robin Brooks serve como um lembrete das capacidades subestimadas do Brasil, um país que, segundo o economista, tem potencial para ser uma potência atuante em mercados emergentes. No entanto, as condições atuais e as políticas econômicas devem ser cuidadosamente analisadas e reformuladas.

Revista D Marília / Fonte: Terra Brasil Notícias

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Robin Brooks, renomado economista, afirma que o Brasil está novamente no ‘fim do pelotão’
Foto: Dimas Ardian/Bloomberg