A pandemia do novo coronavírus derrubou o volume de serviços prestados ao patamar mais baixo da série histórica. Em março, os serviços operam 17,2% abaixo do ponto mais alto registrado em novembro de 2014, no novo piso da série, 1,8% abaixo do nível de maio de 2018, que era até então o patamar mais reduzido, em decorrência da greve de caminhoneiros.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Temos um cenário diferenciado, uma queda brusca, e uma perspectiva de acentuação dessas perdas, pelo menos até o mês de abril e mês de maio também. Estamos entrando no mês de maio com empresas ainda paralisadas. Então indica que a perda pode ser maior”, opinou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.
O volume de serviços prestados recuou 6,9% em março ante fevereiro, após já ter encolhido 1,0% no mês anterior.
“O isolamento mudou completamente a rotina das pessoas. Muitas começaram a trabalhar de home office, saindo de casa só para atividades consideradas essenciais. Esse é o primeiro efeito importante sobre a atividade econômica. Com menor fluxo de pessoas nas ruas, a gente tem menor fluxo de atividade econômica e menor volume de prestação de serviços. A recomendação de não funcionamento ou funcionamento parcial de alguns estabelecimentos comerciais acabaram afetando também o setor de serviços”, disse Lobo.
A perda registrada em março ficou concentrada nos últimos dez dias do mês, quando se intensificaram as medidas de isolamento para combate à covid-19.