A alta de 3,4% no varejo em agosto ante julho fez as vendas do setor alcançarem o patamar mais elevado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em janeiro de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O bom desempenho do comércio varejista tem sido turbinado pelo pagamento do auxílio emergencial, que permitiu renda extra especialmente às famílias mais pobres, e pelo avanço nas concessões de crédito para pessoas físicas, com taxa de juros mais baixas, justificou Cristiano Santos, analista da pesquisa do IBGE.
O patamar de vendas alcançou recordes em agosto nos segmentos de móveis e eletrodomésticos, material de construção e outros artigos de uso pessoal e doméstico. “Essas são as atividades que estão puxando essa retomada do varejo”, observou Isabella Nunes, pesquisadora do IBGE.
O volume vendido pelo varejo superou em 2,6% o recorde anterior, de outubro de 2014. As vendas já estão 8,2% acima do patamar de fevereiro, no pré-pandemia. O varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, está 2,2% acima do nível pré-pandemia, embora ainda opere 4,1% abaixo do pico alcançado em agosto de 2012.
As vendas de material de construção, móveis e eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, supermercados e outros artigos superaram o pré-pandemia. Móveis e eletrodomésticos operam 24,2% além do nível de fevereiro, material de construção está 19,2% acima do pré-pandemia, e as vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico estão 12,3% superiores. O setor de artigos farmacêuticos está 4,9% acima de fevereiro, enquanto supermercados estão 5,9% além, apesar das quedas de vendas recentes.
Por outro lado, as vendas de veículos ainda estão 12,9% abaixo do patamar pré-pandemia, assim como as de vestuário (9,4% aquém de fevereiro), livros e papelaria (39,2% abaixo), combustíveis (8,8% aquém) e equipamentos de informática (5,5% abaixo).
