Muitos estudantes que se preparam para o vestibular da USP ficam ansiosos ao pensar na redação da Fuvest. As propostas dessa banca, conhecida por organizar um dos vestibulares mais concorridos do país, costumam ser desafiadoras, adicionando um nível extra de complexidade ao exame.

Diferentemente de outros vestibulares, a redação da Fuvest exige não apenas um texto dissertativo-argumentativo, mas também um posicionamento claro do candidato e uma impressão clara de autoria no texto. A proposta de tema, embora similar à do Enem, é mais subjetiva, não necessariamente apresentando uma situação-problema com a qual o candidato precise lidar.

“A abordagem da Fuvest é única e, muitas vezes, desafia estudantes acostumados ao modelo do Enem. Os temas subjetivos, que requerem uma visão pessoal, são uma característica marcante. No entanto, mesmo diante de um tema pessoal, a objetividade é crucial”, aponta Cláudia Bechler, do Aprova Total, é bacharel e licenciada em Letras Português pela UFSC e mestre em Linguística pela mesma instituição.

A professora relembra que, em 2019, a pergunta era: “Devem existir limites para a arte?”. “Na edição, os candidatos foram instruídos a delimitar a abordagem, escolhendo entre liberdade de expressão, definição da arte ou função da arte na sociedade”, completa.

Independentemente do caminho escolhido, a análise não era sentimentalista, mas sim a exposição de uma tese fundamentada em dados objetivos, semelhante ao repertório sociocultural do Enem. “A Fuvest valoriza a capacidade do candidato de interpretar textos e formar ideias coerentes e embasadas”, explica. Confira as dicas do Aprova Total para os estudantes se atentarem na hora da prova.

1) Vantagens e desvantagens dos temas subjetivos

Temas subjetivos, mais abstratos e universais, oferecem liberdade ao autor, mas podem levar à dificuldade de compreensão e à possibilidade de fugir do tema. A Fuvest, além de avaliar o desempenho escrito, testa a capacidade de interpretação textual, uma habilidade crucial para ingressar na USP.

2) Uso da Coletânea de Textos

A coletânea, composta por textos verbais, não verbais ou mistos, é fundamental. Diferentemente do Enem, os candidatos podem relacionar os textos entre si, desde que não copiem diretamente. A leitura atenta e a marcação dos pontos relevantes são essenciais para desenvolver uma argumentação consistente.

3) Conheça os critérios de avaliação da redação da Fuvest

A prova de redação da Fuvest vale 50 pontos, distribuídos em três critérios:

Desenvolvimento do tema e organização do texto dissertativo-argumentativo (20 pontos): Os avaliadores verificam se o candidato compreendeu o tema e respeitou a estrutura dissertativa-argumentativa.

Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto (15 pontos): Avalia-se a conexão adequada das ideias e o uso correto de conectivos, evitando o senso comum.

Correção gramatical e adequação vocabular (15 pontos): Busca-se identificar o domínio da norma padrão da língua e a clareza na utilização do vocabulário.

4) Título da redação da Fuvest

Diferentemente do Enem, a Fuvest exige um título na redação. Esse título será avaliado, portanto, deve ser cuidadosamente escolhido para refletir a argumentação de forma coerente e atrativa.

5) Atenção aos pontos que podem zerar sua nota

A Fuvest é uma prova disputada, e certos erros podem levar à nota zero na redação. Evitar deixar a folha em branco, fugir do tema proposto, escrever menos de 20 linhas e adicionar elementos não relacionados são cuidados essenciais.

6) Diferenças entre a redação da Fuvest e do Enem

Embora ambas exijam habilidades argumentativas, a extensão, critérios de avaliação e enfoque do tema diferem entre a Fuvest e o Enem. A Fuvest tende a apresentar propostas mais subjetivas, enquanto o Enem aborda questões mais amplas e sociais. A proposta de intervenção é opcional na Fuvest, ao passo que no Enem é obrigatória e avaliada separadamente.

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Como é a redação da Fuvest? Veja dicas para se preparar. Precisa interpretar textos, formar ideias coerentes e embasadas