Todos os segmentos (docentes, alunos, técnico-administrativo e funcionários) são constituídos majoritariamente do público feminino, correspondendo a 70% do total de vagas da Unimar. As mulheres ocupam os cargos de liderança e estratégicos da instituição de ensino, considerada uma das maiores do país e referência no Interior de São Paulo.
Em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado no dia 8 deste mês, o Jornal D Marília entrevistou Fernanda Mesquita Serva Reis, Pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação e Ação Comunitária da Unimar.
Para a gestora, a data serve para celebrar as conquistas das mulheres ao longo dos anos e também refletir sobre os avanços que ainda são necessários para alcançarmos uma sociedade mais justa.
Fernanda Mesquista Serva Reis está há anos “vivendo a Unimar”, conceito que desenvolveu para dizer que passou por todas as etapas da instituição, da formação no curso de direito no ano de 2006, deixando Marília para se especializar na FGV e retornando em 2011 quando assumiu a Pró-Reitoria da instituição.
Ping-Pong
- Desde quando assumiu o cargo de liderança na Unimar?
“Em 2011 eu assumo a Pró-Reitoria de ação comunitária e mais recentemente a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, mas eu sempre vivi a Unimar. Desde pequena eu estava neste espaço. Fiz minha faculdade e estágios passando por todos os setores da Unimar. Não entrei diretamente no cargo de liderança, mas vivi a Universidade”.
- Já sentiu algum preconceito por ser mulher em cargo de gestão?
“Seriamos hipócritas se disséssemos que não existe preconceito de mulheres ocupando cargos de gestão. Em algum momento histórico posso falar que eu sofri um triplo preconceito: por ser mulher, nova e filha do dono. As pessoas diziam que eu ocupava o espaço por uma questão familiar. Mas foi lutando que eu consegui ser reconhecida. Combatendo o preconceito através de muito trabalho árduo e abrindo mão de muitas coisas”.
- Como é ser uma gestora de sucesso e absorver as demandas domésticas?
“Eu sou privilegiada, consigo na minha casa não fazer os trabalhos domésticos/privados. Divido as tarefas com meu marido. Isso auxilia muito no meu processo de gestão empresarial. Não consigo entender como é sobreviver em uma casa onde as tarefas domésticas são predominantes da mulher. Esse é um combate e uma luta diária. O papel privado não é exclusivo da mulher, mas deve ser compartilhado entre o homem e a mulher.”
- O Dia Internacional da Mulher é um dia para ser comemorado?
“É uma data para colocar as mulheres em pauta. Um momento de nós nos fortalecermos e criar as redes de mulheres. Esse ano ainda não podemos comemorar. Não enquanto índices de estupro – um crime abominável – crescem. Os dados mostram como é preciso continuar conversando sobre as mulheres e discutindo seus papéis. É importante que as mulheres também ocupem os espaços políticos. Nós todos vivemos da política e vivenciamos suas consequências enquanto implementação, propostas e políticas públicas. As mulheres precisam de fato ingressar nas carreiras públicas. Ainda é um espaço para lutarmos”.