Quem gosta de dramas de guerra deve ter se surpreendido ao encontrar no catálogo da Netflix a minissérie Toda Luz que Não se Ver, lançada no dia 2 de novembro. Com nomes de peso no elenco, como Mark Ruffalo (Mulher-Hulk) e Hugh Laurie (House), a obra é adaptada do livro homônimo do escritor americano vencedor do Prêmio Pulitzer, Anthony Doerr, e faz um retrato sobre a importância do rádio no período da Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ter como pano de fundo histórico o conflito que marcou o século 20, a trama central da produção da Netflix é totalmente ficcional, sendo fruto da imaginação do autor.
No enredo, Marie-Laure é uma jovem francesa que nasceu cega e que busca refúgio junto com seu tio e seu pai após a invasão alemã no país. Como forma de resistência e também a fim de passar o tempo, ela e seu pai, Daniel, fazem transmissões de rádio clandestinas. Acontece que uma dessas transmissões é interceptada por Werner, um adolescente alemão que foi obrigado a se alistar no exército de Hitler e cuja missão é justamente ir atrás de fugitivos do nazismo.
Apesar de estarem em lados opostos no conflito, Werner acaba nutrindo um sentimento de empatia e amizade pela menina e a relação dos dois começa a se estreitar se transformando quase em um romance. É partir daí que a série abusa dos momentos dramáticos para entregar uma história emocionante que toca os corações até dos mais durões.
O que é real e o que é ficção em Toda a Luz Que Não Podemos Ver?
Apesar da história de Marie e Werner ser inventada, o autor se baseou em um episódio real como pano de fundo: a Batalha de Saint-Malo, cidade que foi bombardeada pelos nazistas na década de 1940.
A inspiração de Doerr surgiu após ele visitar o local e ver como a cidade conseguiu se reerguer mesmo após a tragédia. Já em relação à jóia que o pai da protagonista esconde dos alemães, ele disse que ela não existiu na vida real, mas poderia ser comparada com uma safira do Museu de História Natural Britânico que algumas pessoas dizem ser amaldiçoada.
A importância do rádio na guerra, no entanto, é real, já que o meio de comunicação foi peça fundamental para a proliferação dos discursos totalitaristas de Hitler, ao mesmo tempo que serviu também como uma arma contra os nazistas.
Isso porque, entre 1940 e 1944, a BBC de Londres deu espaço para que franceses exilados pudessem gravar mensagens de rádio que chegariam até seus familiares. A estação foi batizada de Rádio Londres e é retratada na série quando, por meio dela, o tio de Marie ouve a transmissão do poema Canção de Outono, um código usado na vida real para avisar que a invasão da França estava prestes a acontecer.
O sucesso da série de guerra da Netflix
Lançada no início de novembro, Toda a Luz que Não Podemos Ver já chamou a atenção do público e, rapidamente, conquistou seu lugar no top 10 do streaming. Vale lembrar que a produção traz no elenco também Andrea Deck (Os Miseráveis) Lars Eidinger (Acima das Nuvens), Hélène Cardona (Chocolate) e Tomm Voss (Viúva Negra), e tem apenas quatro episódios, sendo uma ótima opção para quem gosta de maratonar séries curtas.