Tentativa de Lula de melhorar a imagem de Janja ao enviá-la para as
Olimpíadas pode estar gerando mais prejuízo do que benefícios
A intersecção entre política e moda coloca Janja em uma situação delicada com a história de representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris. Na política, a roupa não é utilizada para embelezar, mas para criar uma imagem, um arquétipo que passe determinada mensagem. A roupa é uma ferramenta poderosa para políticos, usada não apenas para atrair, mas para comunicar valores e intenções.
O uniforme olímpico brasileiro tem sido criticado em comparação com outros países. Embora não seja o pior, como o uniforme da Turquia, que parece um médico saindo de um plantão de 48 horas, ainda assim deixa a desejar. Uniformes de países como Cuba e Haiti, mesmo sendo nações mais pobres, mostram respeito aos seus atletas, adequação ao tom formal da cerimônia e representação cultural. O nosso uniforme parece inadequado e casual demais.
A situação piora quando Janja é enviada para as Olimpíadas para representar Lula e menciona as bordadeiras que trabalharam no vestido de noiva dela. São elas que fizeram o bordado da jaqueta jeans do uniforme olímpico.
Piada
A primeira-dama insistentemente tenta se posicionar como uma fashionista, mas enfrenta críticas ferozes em um nicho tradicionalmente maledicente. Há uma piada no mundo da moda de que a pessoa mais preguiçosa do Brasil é o stylist de Janja, puro veneno.
Janja usa grifes europeias, mas também busca expor marcas brasileiras. Ela foi muito elogiada pelo vestido de noiva, feito pela tradicional cooperativa de bordadeiras de Timbaúba, seu último look elogiado no mundo da moda. No entanto, ao associar os bordados do vestido com os do uniforme olímpico, ela atraiu críticas e acusações de que teria influência sobre o design criticado. Aqui pouco importa que ela não tenha nenhuma relação com o uniforme, a declaração cria um vínculo imaginário a ser explorado pelos adversários políticos.
Críticas ao uniforme
Críticas ao uniforme vieram até de figuras da esquerda, como Érika Hilton e Anitta, que consideraram o uniforme um símbolo do descaso com os atletas.
Na política, roupas transmitem mensagens de poder, cuidado, refinamento e competência. Este episódio com Janja e o uniforme olímpico reforça a ideia de que ela não sabe se portar adequadamente, e essa percepção pode se expandir para outras áreas, como sua interferência em temas de governo sem fazer parte dele. A tentativa de Lula de melhorar a imagem de Janja ao enviá-la para as Olimpíadas pode, infelizmente, estar gerando mais prejuízo do que benefícios.
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Fonte: O Antagonista