
Em entrevista à CNN, Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), fez duras críticas ao Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e analisou o cenário atual da segurança pública no país, destacando a mudança no modus operandi das facções criminosas.
Durante sua participação, Pimentel questionou a postura do Ministro Lewandowski, que em declarações recentes teria atribuído a responsabilidade pela segurança pública exclusivamente aos governos estaduais. O ex-capitão do BOPE rebateu, citando o artigo 144 da Constituição Federal, que estabelece a segurança como “dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”.
“Eu me assombro com o que ele disse hoje (ontem). Ele foi ministro do STF, ele deveria conhecer a Constituição Brasileira, o artigo 144 (…) E ele diz, na coletiva, claramente que isso é obrigação do Cláudio Castro, sabe? Eu estava esperando que algum jornalista levantasse a mão. Não, ministro, não é o que diz o artigo 144 da Constituição Federal. O senhor está equivocado, né? Mas nenhum jornalista também teve a capacidade de enfrentar o ministro Lewandowski naquele momento.” disse Pimentel
A nova face do crime organizado
Um dos pontos centrais da análise de Pimentel foi a transformação das facções criminosas, que, segundo ele, não se limitam mais ao tráfico de drogas. A nova dinâmica, aponta, é a exploração do território, com atividades que vão desde a venda de cigarros contrabandeados e sinais clandestinos de TV e internet, até a extorsão de comerciantes e a imposição de sobrepreço em serviços essenciais, como a venda de botijões de gás.
A atividade criminosa agora é descrita também pela exploração territorial e controle de áreas para atividades ilícitas e cobrança de taxas.
Extorsão, Cobrança de “Caixinhas” de Comerciantes e dos Moradores
Pimentel também abordou a questão das barricadas, que se tornaram um símbolo da perda de controle do Estado em diversas comunidades. Segundo dados da Universidade Federal Fluminense (UFF) mencionados por ele, cerca de 4 milhões de pessoas vivem em áreas controladas por barricadas no Rio de Janeiro.
Essas estruturas, mais do que impedir a entrada da polícia, servem para delimitar os territórios dominados pelas facções, onde o Estado se torna ausente.
“A barricada não é pra evitar a entrada do caveirão. A barricada serve pra estabelecer onde eu começo a cobrar o dinheiro das pessoas que eu oprimo, né? E preste atenção, nunca o ministro Lewandowski tocou nesse assunto. Isso demonstra uma clara desconexão dele com o que tá acontecendo no Brasil hoje.
Crise Humanitária no Brasil e o Êxodo Urbano que autoridades fingem não saber. Como tudo
O ex-capitão do BOPE alertou para o que chamou de “crise humanitária” em cidades como Fortaleza, onde o “êxodo urbano de guerra” força milhares de famílias a abandonarem suas casas sob a ameaça de facções como o Comando Vermelho.
Expulsão Forçada. Polícia Apenas Consegue Ajudar Oferecendo Escolta
Ele criticou a falta de uma tipificação penal específica para o crime de expulsão forçada de moradores e a resposta do poder público, que em alguns casos se limita a oferecer escolta para a mudança das famílias expulsas, em vez de garantir sua permanência.
É isso que está acontecendobem várias cidades e estados. Um verdadeiro absurdo, igual o gruo terrorista Hamas faz em Gaza. Mas qualquer ação lá é tida como genocídio pelos esquerdopatas.
Ao final de sua fala, Rodrigo Pimentel se mostrou cético em relação à eficácia de operações policiais isoladas para reverter o quadro atual. Ele comparou a situação a ceder território para as facções, como ocorrido na Colômbia com AS FARC, e defendeu uma postura mais firme do Estado para retomar a soberania nas áreas dominadas pelo crime.
“Quando você conversa com a favela, o morador diz: “a operação policial é uma tragédia. Pior do que a operação policial é uma barricada na porta da sua casa do Comando Vermelho.” A análise de Rodrigo Pimentel expõe a complexidade do desafio da segurança pública no Brasil e a necessidade de uma estratégia integrada e enérgica para enfrentar a nova realidade do crime organizado, que vai muito além do tráfico de drogas e impõe um regime de opressão e exploração em vastos territórios urbanos pelo País afora.
