
Israel não tem vastas reservas de petróleo. Sua área territorial é pequena. E enfrenta desafios geopolíticos diários. Ainda assim, o país transformou o deserto em um dos maiores polos de inovação do planeta.
O que explica esse fenômeno? A resposta está em cinco lições que fizeram de Israel um celeiro de ideias, startups e soluções com impacto global. Aprendizados que vão muito além do Oriente Médio e podem inspirar empreendedores e ecossistemas de inovação em qualquer lugar do mundo.
Lição 1: O erro como parte da jornada
Em Israel, falhar não é um estigma. É parte do processo. A cultura local valoriza quem tenta, erra e tenta de novo. Isso cria um ambiente onde o risco é aceitável e onde se aprende com os fracassos.
Investidores israelenses costumam olhar com bons olhos empreendedores que falharam antes. Para eles, a experiência acumulada nos erros é um ativo. Essa abordagem forma líderes resilientes, dispostos a experimentar, corrigir rotas e evoluir.
Lição 2: Agir antes de estar pronto
Em Israel, ideias não ficam paradas em gavetas esperando o “momento certo”. A cultura da prototipagem rápida é levada a sério. O foco é colocar uma solução no mundo, testar, ouvir o mercado e iterar.
Isso acelera a evolução de produtos e evita o desperdício de tempo e recursos com planos que nunca se concretizam. “Feito é melhor que perfeito” não é apenas um clichê: é uma mentalidade adotada amplamente no ecossistema israelense.
Lição 3: Ciência como motor da inovação
Israel investe mais de 6% do seu PIB em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) — a maior proporção do mundo, segundo a OCDE. Esse comprometimento com a ciência vai além de laboratórios universitários: é um pilar de política pública.
As universidades israelenses têm centros de transferência de tecnologia altamente ativos. Colaborações entre academia e setor privado são comuns, o que facilita a transformação de pesquisas em produtos comerciais.
Lição 4: Colaboração real, sem ego
Um dos maiores diferenciais do ecossistema israelense é sua capacidade de integração. Governo, universidades, startups e o setor de defesa (especialmente as unidades de inteligência do exército) trabalham juntos com uma visão comum.
Em vez de disputas de protagonismo, o foco está na missão compartilhada: gerar valor, resolver problemas reais e escalar soluções. Essa colaboração sem ego cria um ciclo virtuoso de inovação.
Lição 5: Educação que desperta pensamento criativo
A base de tudo está na educação. Desde cedo, os israelenses são incentivados a questionar, improvisar e propor soluções. O objetivo não é decorar informações, mas desenvolver o raciocínio crítico e a criatividade.
Esse estímulo à autonomia intelectual prepara jovens para lidar com problemas complexos e buscar caminhos originais — um diferencial essencial em ambientes de alta incerteza.
Ideias que inspiram transformações reais
As lições de Israel não são receitas prontas. Cada país, cidade ou ecossistema possui realidades e desafios únicos. Mas os princípios por trás dessas práticas são universais: valorizar o aprendizado constante, agir com agilidade, investir em conhecimento, colaborar de forma genuína e formar mentes criativas.
Empreendedores que desejam liderar transformações duradouras podem se inspirar nesse modelo. Afinal, a inovação não é um privilégio de alguns. Ela floresce onde há visão, coragem e conexões reais.
Fonte: Diário do Brasil