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Por Júnior Melo

A seleção brasileira de futebol, outrora sinônimo de excelência, paixão e orgulho nacional, foi tragada por uma sucessão de escândalos, dirigentes inescrupulosos e uma politização crescente que destruiu o que restava do prestígio da camisa canarinho. A culpa, ao contrário do que muitos tentam mascarar com discursos nacionalistas de ocasião, não está nos pés dos jogadores, mas nas mãos sujas de quem comanda os bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Desde os anos 2000, a CBF tem sido um verdadeiro bunker de corrupção institucionalizada. O Fifagate, que prendeu José Maria Marin e manchou os nomes de Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, foi apenas o começo de um processo de desintegração moral. O que se seguiu foi um desfile de abusos de poder, assédios, manipulação de resultados, espionagem e gastos milionários indevidos em nome de uma gestão cega, surda e completamente alheia ao futebol de verdade.

Em 2021, vimos um presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado por assédio sexual. Em 2022, escândalos de manipulação de resultados ligaram jogadores a esquemas de apostas ilegais. Em 2025, novas denúncias apontaram espionagem interna, perseguição a jornalistas e uso indevido de verbas durante a Copa do Mundo de 2022. A crise não é pontual. Ela é estrutural. E o que é ainda mais grave: sistêmica.

O atual presidente Ednaldo Rodrigues, ao invés de liderar uma reconstrução ética, parece ter seguido o manual dos antigos caciques. Relatos como o do jornalista Oscar Paris — perseguido e silenciado após denunciar fraudes em 2008 — são emblemáticos de um sistema que premia a obediência cega e pune quem ousa levantar a voz.

A interferência política também escancara a fragilidade institucional da CBF. A camisa verde e amarela, outrora orgulho nacional, hoje é alvo de disputas ideológicas. Há tentativas de esvaziar seu simbolismo, como se apagar a história de Pelé, Garrincha e Ronaldo fosse suficiente para reescrever o passado. É uma afronta à identidade do futebol brasileiro.

E por falar em Ronaldo, o fenômeno — um dos maiores jogadores da nossa história — teve a coragem de expor o que todos sabiam: o sistema é feito para impedir qualquer tipo de oposição. Tentou se candidatar à presidência da CBF, mas foi barrado por um esquema que promove reajustes salariais para manter o controle dos dirigentes estaduais e selar a fidelidade dos aliados. Até parte do Judiciário, segundo suas declarações, já estaria cooptada por essa engrenagem de poder.

A verdade é dura, mas necessária: a seleção brasileira foi arruinada. Não por falta de talento, mas por excesso de ganância. A CBF, transformada em feudo de interesses escusos, age como um cartel político que pouco ou nada se importa com o futuro do futebol. Reformas cosméticas não bastam. É hora de uma intervenção profunda, com auditoria externa, democratização real e, acima de tudo, justiça. Do contrário, a camisa amarela continuará manchada — não de suor e glória, mas de lama e vergonha.

Por Júnior Melo

A seleção brasileira de futebol, outrora sinônimo de excelência, paixão e orgulho nacional, foi tragada por uma sucessão de escândalos, dirigentes inescrupulosos e uma politização crescente que destruiu o que restava do prestígio da camisa canarinho. A culpa, ao contrário do que muitos tentam mascarar com discursos nacionalistas de ocasião, não está nos pés dos jogadores, mas nas mãos sujas de quem comanda os bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Desde os anos 2000, a CBF tem sido um verdadeiro bunker de corrupção institucionalizada. O Fifagate, que prendeu José Maria Marin e manchou os nomes de Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, foi apenas o começo de um processo de desintegração moral. O que se seguiu foi um desfile de abusos de poder, assédios, manipulação de resultados, espionagem e gastos milionários indevidos em nome de uma gestão cega, surda e completamente alheia ao futebol de verdade.

Em 2021, vimos um presidente da CBF, Rogério Caboclo, afastado por assédio sexual. Em 2022, escândalos de manipulação de resultados ligaram jogadores a esquemas de apostas ilegais. Em 2025, novas denúncias apontaram espionagem interna, perseguição a jornalistas e uso indevido de verbas durante a Copa do Mundo de 2022. A crise não é pontual. Ela é estrutural. E o que é ainda mais grave: sistêmica.

O atual presidente Ednaldo Rodrigues, ao invés de liderar uma reconstrução ética, parece ter seguido o manual dos antigos caciques. Relatos como o do jornalista Oscar Paris — perseguido e silenciado após denunciar fraudes em 2008 — são emblemáticos de um sistema que premia a obediência cega e pune quem ousa levantar a voz.

A interferência política também escancara a fragilidade institucional da CBF. A camisa verde e amarela, outrora orgulho nacional, hoje é alvo de disputas ideológicas. Há tentativas de esvaziar seu simbolismo, como se apagar a história de Pelé, Garrincha e Ronaldo fosse suficiente para reescrever o passado. É uma afronta à identidade do futebol brasileiro.

E por falar em Ronaldo, o fenômeno — um dos maiores jogadores da nossa história — teve a coragem de expor o que todos sabiam: o sistema é feito para impedir qualquer tipo de oposição. Tentou se candidatar à presidência da CBF, mas foi barrado por um esquema que promove reajustes salariais para manter o controle dos dirigentes estaduais e selar a fidelidade dos aliados. Até parte do Judiciário, segundo suas declarações, já estaria cooptada por essa engrenagem de poder.

A verdade é dura, mas necessária: a seleção brasileira foi arruinada. Não por falta de talento, mas por excesso de ganância. A CBF, transformada em feudo de interesses escusos, age como um cartel político que pouco ou nada se importa com o futuro do futebol. Reformas cosméticas não bastam. É hora de uma intervenção profunda, com auditoria externa, democratização real e, acima de tudo, justiça. Do contrário, a camisa amarela continuará manchada — não de suor e glória, mas de lama e vergonha.

Fonte: Diário Do Brasil

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A Seleção Brasileira de Futebol Foi Arruinada