Um dos documentos trata de uma oferta de auxílio de China e Cuba, em 1961, e outro sobre a influência do regime cubano no Brasil

O governo dos Estados Unidos liberou milhares de registros relacionados ao assassinato do ex-presidente John F. Kennedy, em 1963. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva determinando a divulgação dos documentos.
Alguns dos arquivos citam o Brasil. Um deles trata sobre uma oferta de auxílio de China e Cuba, em 1961, e outro sobre influência do regime cubano e a “operação de propaganda” do país caribenho em território brasileiro.
Oferecimento de ajuda para Leonel Brizola
De acordo com um dos arquivos, datado de 1961, Mao Tsé-Tung, então líder do Partido Comunista da China, e Fidel Castro, primeiro-ministro de Cuba, ofereceram “materiais, “suporte” e “voluntários” para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em agosto daquele ano. Na ocasião, Brizola estava liderando os esforços para sucessão de poder no Brasil após a renúncia de Jânio Quadros.

O presidente brasileiro havia tentado um “autogolpe” na esperança de que a renúncia não fosse aceita e que, com o clamor de autoridades e da população, ele ganhasse mais poder. No entanto, a saída de Quadros acabou aceita e começaram os trabalhos para a posse do vice-presidente João Goulart, que acabou deposto em 1964 com o início da Ditadura Militar.
O arquivo da CIA cita que Brizola agradeceu a oferta de ajuda dos líderes de Cuba e China, mas acabou a recusando. De acordo com o governo dos EUA, o governador não queria levar a crise no Brasil ao cenário internacional, temendo uma possível reação dos norte-americanos. Por fim, o documento ressalta que a oferta de auxílio de Fidel Castro foi descoberta e relatada pela imprensa, enquanto a de Mao Tsé-Tung, não.
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Atividade do regime cubano no Brasil
- Um outro documento, datado de julho de 1964, relata o que seriam “esforços de subversão de Cuba na América Latina” desde julho de 1963.
- O arquivo afirma que o governo do país caribenho acreditava que era possível fazer uma “segunda Cuba” na Venezuela.
- Ele pontua que Che Guevara afirmou à época que a disseminação da “revolução” era “nossa responsabilidade e é parte de nossa preocupação diária”.
- Além disso, destaca que Cuba promoveu o financiamento de grupos pró-Castro no Brasil antes da tomada do poder pelos militares.
- Em outro trecho, o documento diz que a derrubada do então presidente João Goulart com a ditadura no Brasil foi uma “derrota severa” para os cubanos.
Fonte: Olhar Digital