Reprodução

Durante apresentação no palco principal do Festival de Glastonbury, no Reino Unido, no sábado, 28, o vocalista da dupla Bob Vylan (foto) incitou a plateia com gritos de “Morte para as FDI”, as Forças de Defesa de Israel.

As cenas foram transmitidas ao vivo pela BBC. Em vídeo publicado logo após a apresentação, o cantor debochou das reações e escreveu: “Enquanto os sionistas choram nas redes, estou aqui tomando um sorvete vegano”. Os EUA estudam revogar o visto de entrada do artista no país.

Mais tarde, o grupo irlandês Kneecap também se apresentou no festival e entoou palavras de ordem pró-Hamas e pró-Hezbollah.

Um dos integrantes, Mo Chara, responde na Justiça por crime de apologia ao terrorismo, após agitar uma bandeira do Hezbollah em um show em Londres.

Ele está em liberdade provisória e deverá comparecer a nova audiência em agosto.

A polícia de Avon e Somerset anunciou que está analisando as imagens para investigar a incitação ao ódio racial e violência contra judeus.

O governo britânico pediu esclarecimentos à BBC por não ter interrompido imediatamente a transmissão.

A emissora apenas inseriu um aviso genérico sobre “linguagem potencialmente ofensiva”.

O ministro da igualdade do Reino Unido, Stuart Andrew, classificou os episódios como “absolutamente repugnantes” e “inaceitáveis em qualquer circunstância, especialmente num palco de alcance nacional”.

O embaixador de Israel em Londres, Tzipi Hotovely, afirmou que os gritos de “morte ao FDI” equivalem a pregar o extermínio do povo judeu.

A organização do festival alegou em nota que “não compartilha nem endossa declarações de artistas” e que está “avaliando protocolos” para prevenir novos episódios.

Não é a primeira vez que artistas ligados ao radicalismo islâmico ou à extrema-esquerda utilizam grandes festivais europeus para disseminar mensagens antissemitas.

O que chama atenção neste caso é a naturalização do discurso, feito sem disfarces, com linguagem direta, diante de dezenas de milhares de pessoas e com transmissão ao vivo.

O episódio ocorre num momento de aumento global dos ataques contra judeus.

Segundo levantamento da ONG Community Security Trust, o Reino Unido registrou mais de 4.000 incidentes antissemitas em 2024, o maior número desde o início da série histórica.

A BBC e o festival ainda não informaram se os artistas serão banidos de futuras edições. Até a manhã desta segunda, 30, o conteúdo com os gritos de “morte ao FDI” já havia sido removido dos canais oficiais.

A banalização do antissemitismo, sob o pretexto de protesto político, exige resposta firme das autoridades e da sociedade.

Fonte: O antagonista

Fonte Diário Brasil

Compartilhar matéria no
Artistas pedem morte de judeus em festival: ‘Absolutamente repugnante’