Jinhua Yanweizhou Park – Foto: Turenscape

Kongjian Yu, um proeminente arquiteto paisagista chinês, foi amplamente reconhecido como uma força transformadora no mundo da arquitetura paisagística devido ao seu conceito inovador de “cidades-esponja“. Tragicamente, ele perdeu a vida em um acidente aéreo no Pantanal de Mato Grosso do Sul, deixando uma marca indelével em mais de 70 cidades ao redor do mundo com suas soluções integradas de urbanismo que priorizam a harmonia com a natureza para mitigar enchentes e grandes fluxos hídricos.

Qual o legado do arquiteto Kongjian Yu nas cidades-esponja?

Haikou Meishe River Fengxiang Park – Foto: Turenscape

Durante sua carreira, Yu enfatizou que a urbanização deveria trabalhar em sinergia com a natureza, ao invés de contra ela. Baseando-se em sua vivência numa vila fluvial, ele concebeu o conceito de cidades-esponja, que tem como base a premissa de que a natureza, quando respeitada, pode regular de forma eficiente os recursos hídricos urbanos. Esta abordagem revolucionária não apenas mitigou enchentes urbanas, mas também promoveu ambientes mais saudáveis, ao restaurar ecossistemas naturais em zonas urbanas.

  • Integração da água à cidade: Desenvolveu métodos para que a água da chuva seja absorvida, filtrada e reutilizada dentro das áreas urbanas, reduzindo enchentes e melhorando a qualidade da água.
  • Planejamento urbano baseado na natureza: Promoveu o uso de soluções ecológicas, como jardins de retenção, pântanos artificiais e lagos urbanos, para lidar com problemas ambientais.
  • Redução de impactos das enchentes: Criou sistemas que funcionam como “esponjas” naturais, diminuindo danos causados por chuvas intensas em áreas densamente urbanizadas.
  • Valorização do espaço público verde: Incentivou a criação de parques, corredores verdes e áreas de lazer que, além de absorver água, melhoram a qualidade de vida e a saúde urbana.
  • Educação e influência global: Inspirou cidades na China e em outros países a adotarem práticas urbanísticas sustentáveis, difundindo o conceito de cidades-esponja como modelo de planejamento resiliente.
  • Integração entre arquitetura e ecologia: Demonstrou como o design urbano pode harmonizar infraestrutura com processos naturais, tornando a cidade mais resiliente e adaptável a mudanças climáticas.

Quais as principais obras do arquiteto e suas contribuições?

Shanghai Houtan Park – Foto: Turenscape

Kongjian Yu, enquanto líder do escritório de arquitetura Turenscape e professor na Universidade de Pequim, empreendeu diversos projetos de renome global. Entre suas principais obras está o Parque Florestal Benjakitti, na Tailândia, premiado com o UIA 2030 Award, que é celebrado pela sua recuperação ecológica em Bangkok. Outros projetos significativos incluem o sofisticado parque de infraestrutura de cidade-esponja, o Nanchang Fish Tail Park na China, que venceu o Prêmio de Excelência da ASLA em 2025.

Alguns dos projetos mais emblemáticos de Yu incluem o Parque Zhongshan Shipyard, um dos primeiros exemplos da aplicação prática da cidade-esponja, e o Qinhuangdao Red Ribbon Park, que se destaca como referência global em design de paisagismo sustentável. Yu também é responsável por transformar a área industrial de Shanghai Houtan em um parque urbano que exemplifica a sustentabilidade no uso do solo. Além disso, o Parque Fengxiang do rio Meishe em Haikou representa uma combinação inovadora entre drenagem natural e uso público do espaço.

  • Parque Houtan, Xangai
    • Transformou uma área industrial degradada em um parque urbano sustentável.
    • Implementou técnicas de bioengenharia e gestão de águas pluviais, um exemplo inicial do conceito de “cidade-esponja”.
  • Parque Shenyang Hunnan, Shenyang
    • Criou um espaço público que integra ecologia, recreação e controle de inundações.
    • Valorizou os ecossistemas locais e a biodiversidade urbana.
  • Cidades-esponja na China
    • Desenvolveu projetos urbanos focados na absorção de água da chuva e prevenção de enchentes.
    • Influenciou políticas públicas de planejamento urbano sustentável em diversas cidades chinesas.
  • Conceito de paisagismo ecológico
    • Promoveu o uso de vegetação nativa, recuperação de áreas degradadas e planejamento baseado em ecossistemas.
    • Sua abordagem combina funcionalidade, estética e sustentabilidade ambiental.
  • Ensino e pesquisa em arquitetura paisagística
    • Fundou o escritório Turenscape e programas acadêmicos voltados à paisagem ecológica.
    • Formou gerações de arquitetos e urbanistas comprometidos com design ambientalmente responsável.

Qual o impacto global dos conceitos de Kongjian Yu?

O impacto global da visão do arquiteto Kongjian Yu transcendeu as fronteiras da China. Em todo o mundo, desde a Ásia até a América Latina, são adotadas práticas inspiradas pelas técnicas de Yu, que propõem cidades mais resilientes e ambientalmente equilibradas. Identifica-se um interesse crescente em suas ideias durante conferências internacionais, como a Bienal de Arquitetura de São Paulo, onde Yu participou recentemente. Sua influência é medida não apenas pelos prêmios recebidos, mas pela mudança de paradigmas que inspirou na arquitetura paisagística moderna.

@museumofscience

What is a sponge city?   Professor Kongjian Yu of Peking University explains how this urban development concept works with water, rather than against it, to build more sustainable and flood-resistant cities.   Thanks to the James and Cathleen D. Stone Foundation for organizing Professor Yu’s visit and for supporting this collaboration with the Stone Living Lab.    #Sustainability #Water #UrbanPlanning #ClimateChange #ScienceTok

♬ original sound – Museum of Science

FAQ sobre o arquiteto Kongjian Yu

  • Como a abordagem cidade-esponja de Kongjian Yu pode ser aplicada em áreas urbanas densamente povoadas? A abordagem cidade-esponja pode ser adaptada a áreas urbanas densas por meio da implementação de telhados verdes, sistemas de coleta de água da chuva e a criação de parques que atuam como bacias de retenção naturais.
  • Quais os benefícios econômicos dos projetos de cidades-esponja? A longo prazo, as cidades-esponja podem reduzir significativamente os custos associados a reparos de infraestrutura causados por desastres naturais, além de aumentar o valor das propriedades devido à criação de ambientes mais agradáveis e seguros.
  • Além das enchentes, que outros problemas urbanos a cidade-esponja pode ajudar a mitigar? Além de enchentes, os sistemas inspirados na cidade-esponja podem ajudar a melhorar a qualidade do ar, aumentar a biodiversidade urbana e proporcionar espaços recreativos que promovem o bem-estar social.

Fonte: Terra Brasil

Compartilhar matéria no
As criações incríveis do arquiteto chinês que perdeu a vida em acidente no MS