Há alguns anos, a era girlboss e as tendências esportivas, como o athleisure e o blokecore, passaram a dividir espaço com a energia ultra feminina de estéticas como cottagecore e o balletcore. Essa última muito popularizada por marcas como a Miu Miu, que a abraçou totalmente viralizando polainas, cardigãs, faixas de cabelo e até mesmo sapatilhas características do universo do balé.
No entanto, como outras micro tendências, o balletcore parecia estar perdendo força em meio ao auge do businesscore – ou CLTcore, como chamamos por aqui -, repleto de alfaiataria, cores escuras e elementos “duros” do ambiente formal de trabalho.
Isso até começar a mais recente temporada de semanas de moda, onde a estética do balé não só ressurgiu, como também foi revisitada ganhando ares mais modernos e urbanos, amadurecendo, mas sem perder a delicadeza, a estética girlhood ou girly girl.
Foto: Simone Rocha (Reprodução/Instagram)
tá, mas o que é o balletcore?
A tendência balletcore traz o charme delicado e romântico do balé para o dia a dia. Inspirada no universo das bailarinas, essa estética mistura elementos clássicos como saias de tule, bodies ajustados, sapatilhas e tons suaves como rosa claro e nude. O balletcore é perfeito para quem busca um visual leve, feminino e confortável.
O mais interessante dessa tendência é a versatilidade. Peças inspiradas no balé podem ser usadas de forma casual ou em looks mais elaborados. É uma trend que celebra o movimento com leveza.
Foto: Camri Hewie (Reprodução/Instagram)
Além disso, o balletcore se estende, de certa forma, ao mundo da beleza também. Ou você não vê a semelhança entre o boom dessa estética com a tendência clean girl? Não se engane, as duas estão interligadas.
os elementos do balletcore 2.0
Com o fim de mais uma temporada de desfiles, é possível notar quais elementos do balletcore sobrevivem e devem manter essa tendência popular no próximo ano.
Foto: Chloé, Simone Rocha, Ferragamo e Victoria Beckham (Reprodução/Colagem)
tons de blush
O principal, talvez, são os tons de blush, isto é, a cartela de tonalidades de rosa, pêssego e amarelo claros que pintaram tantas coleções. Outro tons lavados, e menos óbvios, também estão presentes como lavanda, azul e verde.
Chloé, Alaïa, Erdem, Ferragamo, Giambatti Valli e Simone Rocha são algumas das marcas que trouxeram essas cores leves em suas criações.
Foto: Ferragamo (Reprodução/Instagram)
fitas de cetim
As fitas de cetim, uma referência óbvia ao universo do balé, entrelaçou calçados, como os chinelos de salto alto em Ferragamo.
Foto: Simone Rocha (Reprodução/Instagram)
tule
O tule, assim como o cetim, é outro material muito próprio do balletcore e foi muito usado para dar volume às criações de designers como Simone Rocha, que trouxe a estética de forma nada sutil, mas ainda assim, com a leveza da trend.
Foto: Miu Miu (Reprodução/Vogue Runway)
meias e polainas
As meias e polainas também remetem à prática do balé e, particularmente, causaram estranhamento no styling de Miu Miu, onde foram combinadas aos polêmicos chinelos de salto.
Foto: Valentino (Reprodução/Vanity Fair)
Em sua estreia à frente da Valentino, Alessandro Michele trouxe meias rendadas de lã para o verão 2025 da maison. E muitas vezes junto às sapatilhas, outro elemento fortíssimo do balletcore 2.0.
Foto: Chloé, Alberta Ferretti e Rotate. (Reprodução/Colagem)
balonê
Queira você ou não, o balonê é uma realidade. Hoje em dia, encontra-se facilmente peças com o efeito arredondado e fofo em lojas de departamento e nas passarelas não é diferente.
Chloé é uma das maiores entusiastas da tendência para o verão 2025, e com o hype em torno das criações de Chemena Kamali, pode esperar que a trend vai bombar muito ainda!
Foto: Simone Rocha, Loewe, JW Anderson e Rotate (Reprodução/Colagem)
cintura caída
Ao contrário do que se pensa, a cintura do balé nem sempre é alta, aquela que cria curvas voluptuosas no corpo feminino. Se olharmos os figurinos de apresentações, veremos que a cintura é caída pelo uso do corset alongado e com volume a partir do quadril, com o clássico tutu em tule.
Este shape super balletcore reinou na passarela de Simone Rocha e apareceu de forma menos óbvia até em JW Anderson e Loewe.
Foto: Chloé, Simone Rocha e Valentino (Reprodução/Colagem)
sapatilhas
É impossível encerrar essa lista de elementos da estética balletcore sem citar a sapatilha, que ainda está entre os sapatos tendência e apareceu em inúmeras passarelas no último mês.
Revisitadas e não tão óbvias dessa vez, algumas sapatilhas ganharam bico fino e evoluíram, em alguns casos, para um slingback, um calçado mais elegante e “adulto”. Outras receberam amarrações utilitárias, as tornando mais prontas para a correria do dia a dia.
Foto: Simone Rocha (Reprodução/Instagram)
Simone Rocha também colocou salto na sapatilha.
Foto: Valentino e Simone Rocha (Reprodução/Colagem)
babados e rendas
Os babados e as rendas entram aqui como um bônus, afinal, eles não servem apenas à estética do balletcore 2.0, mas ajudam a criar esse universo de delicadeza e pureza que é tão marcante dessa tendência.
Enfim, o balletcore 2.0 prova que, embora tenha suas raízes na delicadeza e feminilidade do balé, ele continua a se reinventar. A tendência ganha um toque mais urbano e moderno, e se mantém relevante, como uma das tendências mais queridas atualmente na moda.
Por Sofia Stipkovic / Steal the Look