crédito: Divulgação/Banco de Tecido

Disponível para venda em todo o Brasil, nova linha Eco_BdT oferece tecidos e fios com atributos sustentáveis em pequenas quantidades; itens incluem fibras de cânhamo, banana e abacaxi, além de algodão orgânico, fios reciclados, borracha e tecidos costurados

Fundado em 2014, hub de tecido sustentável soluciona a sobra de produção de tecelagens, confecções e ateliês, circulando esse material no mercado por meio de um sistema misto de troca e venda (Divulgação)

São Paulo (SP), 1º de julho de 2024 – O Banco de Tecido, hub de tecido sustentável dedicado à circulação de sobras de materiais têxteis em diferentes regiões do Brasil, anuncia o lançamento da linha Eco_BdT, formada por materiais com atributos sustentáveis. A novidade traz como grande diferencial a oferta de uma ampla gama de matéria-prima sustentável em um mesmo lugar.

“Formamos uma rede de parcerias com empresas inovadoras e, por isso, conseguimos oferecer itens diferenciados ao pequeno empreendedor têxtil. Estamos falando de acesso à viscose limpa, algodão orgânico e fibras alternativas como cânhamo, banana, abacaxi, rosas e borracha da Amazônia. Alguns provenientes da sobra da cadeia principal”, diz Lu Bueno, fundadora e gestora do Banco de Tecido.

Em uma primeira etapa, a linha Eco_BdT está subdividida em viscoses limpas, tecidos orgânicos, costurados, reciclados e matéria-prima alternativa. A oferta desses materiais foi viabilizada por um grupo de marcas parceiras, voltadas à sustentabilidade, que compartilham da visão do Banco de Tecido. São elas: Amadeu Materials, Brand Têxtil, Cotton Move, Protextil, Daterra Project, Da Tribu, Fiosgood, Liga Transforma, Made By You e Oricla Elástico.

Esse movimento contribui para reduzir o impacto ambiental na cadeia produtiva da indústria têxtil brasileira, além de ampliar o acesso do setor à matéria-prima sustentável, em um contexto marcado por altos níveis de descarte de tecido na produção.

Enquanto o Brasil registrou 2,1 milhões de toneladas de produção têxtil e 8,07 bilhões de peças fabricadas em 2022, de acordo com dados da Abit, o volume anual estimado de descarte de resíduos têxteis no país chega a uma média de 4 milhões de toneladas, segundo levantamento da Abrelpe.

Nesse cenário, a atuação conjunta de diversas marcas para concretizar o lançamento da linha Eco_BdT conecta-se aos desafios ambientais do setor e um dos principais propósitos do Banco de Tecido: promover o acesso de pequenas e médias empresas a materiais de menor impacto ambiental, impulsionando práticas sustentáveis na moda.

“Acreditamos que a sustentabilidade na moda é uma jornada coletiva. A linha Eco_BdT é fruto dessa visão, pois materializa uma saída ecoeficiente para as sobras de tecido na cadeia têxtil”, diz Lu Bueno.

Mais sustentabilidade na cadeia têxtil

Além de estar inicialmente subdividida em viscoses limpas, tecidos orgânicos, costurados, reciclados e matéria-prima alternativa, a linha Eco_BdT também conta com um grupo especial composto por fios e linhas sustentáveis para bordar e tecer.

A seguir, mais detalhes sobre a origem e a finalidade dos materiais envolvidos.

⇒ Costurados

Criar tecidos com pequenos retalhos é o que define a arte dos costurados. A técnica de upcycling industrial resulta em um tecido por metro feito de sobras e resíduos da etapa do corte de roupas. Existe também o costurado artesanal feito manualmente em menor escala. Fazem parte deste grupo a Oricla Elástico, a Liga Transforma e a Daterra Project.

⇒ Viscose limpa

A viscose é um dos tecidos mais gostosos de se vestir, mas em seu processo de fabricação, normalmente, são gerados muitos produtos tóxicos ao meio ambiente. Mas há solução para isso. Em outros países já existe a produção do que é chamado de viscose limpa. Ela pode ser feita de celulose com origem no resíduo do plantio da indústria principal, como, por exemplo, as sobras das bananeiras; podem utilizar químicos de menor impacto ao meio ambiente num ciclo fechado; ou, ainda, utilizar o recurso de compensação de carbono. Fazem parte deste grupo a Fiosgood e a Brand Têxtil.

⇒ Algodão orgânico

O algodão é considerado orgânico quando cultivado sem o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes sintéticos, e geralmente é produzido pela agricultura familiar em sistemas de policultura. Fazem parte deste grupo a Fiosgood, que além da base orgânica apresenta uma linha de tingimento natural, e a Made By You, com seus fios para tecelagem manual da Natural Cotton Color.

⇒ Tecidos de fio reciclado

A reciclagem de fibras têxteis se mostra um método importante para a jornada dos tecidos sustentáveis ao conservar recursos renováveis e não renováveis como a matéria-prima e as fontes de energia de produção. Fazem parte deste grupo a Cotton Move e a Protextil, que produzem denim e sarja de algodão reciclado.

⇒ Materiais Alternativos

Borracha da Amazônia, tecidos feitos com fibra de cânhamo, de resíduos de frutas como banana, abacaxi e até de rosas, são alguns dos materiais alternativos mais inovadores atualmente no mercado da moda. Como alternativa ao algodão e ao petróleo, representam soluções para economia circular, ao usar sobras da indústria de alimentos. Além disso, muitos são produzidos por pequenos grupos tradicionais, contribuindo para conservar técnicas manuais e ancestrais.

Como funciona o Banco de Tecido

Uma iniciativa original dedicada à circulação de tecido de reuso,
o Banco de Tecido soluciona a sobra de produção de tecelagens, confecções e ateliês, recolocando este material no mercado por meio de um sistema misto de troca e venda.

A iniciativa parte do princípio de que a melhor matéria-prima é aquela que já existe. Ou seja, o sistema de circulação aumenta a vida útil do tecido e diminui o consumo dos recursos naturais do planeta. Esta é uma solução criativa para quem está buscando se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos. O Banco de Tecido é um sistema inclusivo e circular que transforma atores da cadeia têxtil em usuários ativos. Interconectados, todos eles impulsionam um ciclo sustentável, com reflexos sociais, econômicos e ambientais.pulsionam um ciclo sustentável, com reflexos sociais, econômicos e ambientais.

Pequenos e médios empreendedores do setor, bem como consumidores finais, podem levar suas sobras têxteis para uma das lojas físicas do hub (São Paulo, Porto Alegre ou Curitiba). Nesses locais, os tecidos são pesados e depositados, gerando crédito em quilos, que podem ser trocados por outros da loja. Também é possível comprar tecidos tanto nas lojas físicas como no site www.bancodetecido.com.br.

A linha Eco_BdT foi anunciada pelo Banco de Tecido no evento “BRECHA: ampliando o acesso a tecidos mais sustentáveis”, que foi conduzido por Marina de Luca, integrante da equipe do Banco de Tecido e ativista, pesquisadora, fundadora do curso Moda Limpa e coordenadora do Fashion Revolution Brasil.

Sobre o Banco de Tecido

Fundado em 2014, o Banco de Tecido soluciona a sobra de produção de tecelagens, confecções e ateliês, recolocando esse material no mercado por meio de um sistema misto de troca e venda. Dessa forma, a iniciativa promove benefícios sociais, ambientais e econômicos, tendo o tecido como moeda de troca. Até hoje, foram mais de 150 toneladas de tecido circulados.

O Banco de Tecido possui atualmente mais de 7.000 clientes online, cerca de 2.000 correntistas em lojas físicas e 80 mil seguidores nas redes sociais. Os clientes cadastrados incluem marcas e confecções sustentáveis, artesãos, estilistas, figurinistas, cenógrafos, decoradores e entusiastas da costura e do movimento maker.

Para mais informações, acesse: bancodetecido.com.br

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Banco de Tecido quebra paradigma na cadeia têxtil ao vender itens sustentáveis para pequenos empreendedores