Mercado global de “robôs sociais” deve crescer sete vezes até 2033, movimentando R$ 257,2 bi; Ásia domina o setor

A China tem vivido um “boom” de robôs sociais criados para ajudar as pessoas a lidarem com diferentes emoções — e até mesmo traumas. A mais nova sensação não é um humanoide, mas sim um cachorro robô: BooBoo, um “animal de estimação inteligente”.
Produzido pela Hangzhou Genmoor Technology, o companheiro alimentado por inteligência artificial é vendido por até U$ 269 (R$ 1,6 mil pela cotação atual). Desde maio do ano passado, foram adquiridas cerca de 1.000 unidades, de acordo com a AFP.
Até 2033, o mercado global de “robôs sociais” deve crescer sete vezes, movimentando US$ 42,5 bilhões (R$ 257,2 bilhões), segundo a empresa de consultoria IMARC Group. Países da Ásia vão responder pela maior parte da demanda no setor, conforme a reportagem.

BooBoo foi desenvolvido pensando nas necessidades sociais de crianças e adolescentes. Tem sido a principal ferramenta contra a ansiedade de Zhang Yachun, de 19 anos, tem dificuldade para formar amizades profundas com outras pessoas
“Sinto que agora tenho alguém com quem compartilhar os momentos felizes”, disse Zhang à AFP. Ela batizou BooBoo de “Aluo” e o leva para todos os lugares, incluindo passeios em shoppings na cidade onde mora, Pequim. “(Ele) faz você se sentir alguém necessário.”
Outro cão de estimação de IA que tem dominado as lojas na China é o BabyAlpha, produzido pela Weilan. Pode ser encontrado a 26.000 yuans (R$ 21,1 mil). A empresa diz que 70% dos compradores são famílias com crianças pequenas.

Sociedade solitária
O sucesso dos robôs sociais na China tem conexão profunda com a política do filho único do governo, segundo a reportagem. A população tem buscado atender necessidades emocionais até mesmo com avatares realistas de falecidos e chatbots conversacionais.
Aumento dos preços dos imóveis, custos de vida mais altos e maior estresse no trabalho têm limitado a capacidade de interação dos adultos que viveram os primeiros anos da política — e agora estão na faixa dos 40 anos — com os próprios filhos.
“Companheiros de IA fornecem estimulação cognitiva que melhoram o bem-estar de indivíduos que, de outra forma, poderiam se sentir isolados”, avalia Wu Haiyan, professor especializado em IA e psicologia na Universidade de Macau.
Ao descrever a missão da empresa, a fabricante do BooBoo diz que pretende ser um “grupo que ilumina o mundo e traz calor e conforto para todos os seres humanos vivos”. “Que cada um de nossos pequenos amigos robóticos traga alegria e conforto para que cada coração seja curado.”
Fonte Olhar Digital