(Foto: Wikipedia)

Talvez você não ouça falar muito sobre Botsuana. Com pouco mais de 2 milhões de habitantes (menos do que a cidade de São Paulo) e situada no sul da África, o país acaba passando despercebido no debate econômico global. Mas os números mais recentes do Banco Mundial mostram uma virada surpreendente: Botsuana chegou a ultrapassar o Brasil em paridade do poder de compra (PPP) per capita, em 2023. Naquele ano, enquanto o Brasil registrou US$ 18.686 por pessoa, Botsuana chegou a US$ 20.340.

Essa conquista não foi fruto do acaso ou de ventos favoráveis. Botsuana enfrentou secas severas, pobreza extrema, alto índice de HIV e o desafio de ser um país sem saída para o mar, o que encarece exportações e limita o comércio exterior. Ainda assim, manteve uma trajetória de crescimento sustentável, ancorada em responsabilidade fiscal, instituições sólidas e uma visão de longo prazo.

Enquanto o Brasil, com uma economia mais robusta e diversificada, tropeça em ciclos de instabilidade, baixa produtividade e reformas inacabadas, Botsuana avança com consistência. E como fez isso? Controlando a inflação, acumulando superávits e reservas, mantendo uma democracia estável desde a independência e combatendo com firmeza a corrupção.

Os diamantes, principal riqueza do país, foram tratados como ativos estratégicos. Em vez de desperdício, Botsuana firmou uma parceria transparente com a De Beers, usou parte da renda para investimento público e guardou o restante em fundos soberanos. Além disso, priorizou saúde e educação: a expectativa de vida saltou de 49 para 70 anos desde os anos 1990, e a taxa de alfabetização já atinge 88%.

O contraste com o Brasil é inevitável. Ainda gastamos mal, perdemos produtividade e convivemos com entraves burocráticos. Botsuana mostra que tamanho e riqueza natural não bastam, e o que realmente faz diferença é a qualidade das instituições.

O caso de Botsuana é uma lição viva: um país pequeno, pobre e isolado que superou gigantes.

Fonte: Instituto Millenium

Fonte: Diário Do Brasil

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Botsuana, o país que passou do Brasil em poder de compra; CONFIRA