Estudo analisou biodiversidade brasileira a partir de mais de 22,5 milhões de amostras de fauna e flora no território
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira (23) um estudo inédito sobre a biodiversidade brasileira, com o registro de ocorrência de fauna e flora no país a partir de dados do Sistema de Informação da Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Segundo o relatório, foram analisadas mais de 22,5 milhões de amostras, deixando o Brasil entre os 17 países que abrigam mais de 70% das espécies no mundo.
Fauna e flora brasileira
O Estudo é inédito e apresenta dados da biodiversidade no Brasil em 2022. Foram mais de 22,5 milhões de registros de fauna e flora de diversas fontes, incluindo anfíbios, artrópodes, aves, fungos, mamíferos, moluscos, peixes ósseos, plantas vasculares e répteis.
Esse número deixa o país no grupo de 17 nações que, juntas, representam mais de 70% da diversidade de espécies conhecidas do mundo.
Porém, segundo o IBGE, ainda há muito mais o que catalogar: com exceção das aves, o número de registros com informações completas foi menos de 30% do total. Isso porque as aves e plantas são mais facilmente detectáveis e catalogadas.
Já outros grupos tiveram amostras menos representativas da biodiversidade brasileira como um todo. Inclusive, para Mariza Pinheiro, analista de Biodiversidade do IBGE, esse é um diferencial desse estudo, que trabalha com diferentes grupos taxonômicos, ao invés de outros que atuam apenas em recortes específicos.
Análise da biodiversidade
- Os dados foram coletados pelo SiBBr, uma plataforma criada em 2014 pelo governo federal e gerenciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é apoiar a conservação e sustentabilidade no país.
- De acordo com Leonardo Bergamini, analista de biodiversidade do IBGE, em nota à Agência Brasil, a demanda por informações de biodiversidade é muito grande dentro e fora do Brasil e o instituto é fundamental na coleta desses dados.
- As informações do SiBBr são mantidas pelo IBGE para a preparação de dados estatísticos, como os que foram apresentados no relatório.
- Para o estudo, os dados foram divididos em quatro categorias: Ciência Cidadã (registros publicados por uma comunidade de usuários), Coleções Biológicas (repositórios de organismos ou amostras organizadas para fins científicos), Projetos ou Programas de Pesquisa (resultados de pesquisas científicas) e Outros (não se enquadram em nenhuma das outras categorias).
- Ainda, como se trata de uma investigação experimental, usuários da plataforma e leitores interessados podem escrever ao IBGE com suas percepções, críticas e sugestões.
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Lucas Soares/Olhar Digital