A marca de roupas Patagonia fez uma parceria com a empresa de engenharia Bionic para retirar o plástico do oceano e transformá-lo em casacos
Chamado pela marca de roupas Patagonia de “o casaco mais quente de todos os tempos”, o Stormshadow Parka é o mais novo lançamento da empresa. Feito com plástico reciclável retirado diretamente do oceano, a vestimenta promete ter um alto desempenho. Inclusive, tendo alta durabilidade e te deixando quentinho mesmo no mais rigoroso dos invernos.
Para fazer esse peça, a Patagonia realizou uma parceria com a Bionic, empresa que retira resíduos do meio ambiente e fornece tecidos feitos a partir deles para marcas.
Stormshadow Parka: o que ela oferece?
- O Stormshadow Parka é considerado o casaco mais quente já feito pela Patagônia.
- Ele é projetado temperaturas bem baixas.
- Metade das fibras do casaco é derivada de plástico reciclado dos oceanos, evitando a extração de novas matérias-primas da Terra.
- O casaco usa a tecnologia da Gore-Tex, empresa conhecida por sua produção de tecido e que atua em colaboração com a Bionic. Isso lhe dá resistência ao de vento e à água.
- O casaco não contém produtos químicos tóxicos usados historicamente em roupas repelentes de água, graças à nova membrana de polietileno expandido (ePE) da Gore-Tex.
- O produto pode ser comprado por US$ 899, equivalente a R$ 4.495.
Leia mais:
- Moda e tecnologia se unem no AI Pin, um assistente vestível
- Qual a cor desse vestido? Tecnologia da Adobe altera design de roupas
- Como funciona a roupa espacial de um astronauta
Mark Little, diretor global de produtos de roupas masculinas para atividades ao ar livre da Patagonia, disse ao Fast Company que sua missão durante os dois anos em que desenvolveu a jaqueta era garantir que o produto fosse de alta qualidade e que durassem o máximo possível:
Se você comprar esta jaqueta, não queremos vê-lo novamente por uma década. Estamos comprometidos em construir peças atemporais que durarão muito tempo, tanto do ponto de vista da durabilidade, quanto também do ponto de vista do estilo.
Parceria Bionic e Patagonia
A Patagonia é uma marca que utiliza recursos sustentáveis para desenvolver suas roupa já faz um bom tempo. Desde os anos 2000, utiliza o plástico de garrafas velhas. Também foi umas das primeiras empresas a fazer isso, inclusive. Esse tipo de material é amplamente usado nos mais diversos setores, como o de bebidas.
Não queríamos pendurar nossos chapéus em poliésteres e náilon reciclados. Para sermos disruptivos, queríamos desviar o plástico dos oceanos.
Mark Little, para o Fast Company
Diferente dos plásticos das garrafas, recolhidas por meio de um sistema municipal de reciclagem, a retirada resíduos do oceano seria um problema mais complicado de resolver. É aí que entra a Bionic. Fundada em 2009, a empresa atua nas regiões costeiras da América Central e da Ásia e em parcerias com comunidades locais que coletam o plástico. Posteriormente, os montes de plástico são direcionados para instalações de reciclagem e triagem localizadas em Cóbano, Costa Rica, onde são transformados em fios.
Tim Coombs, cofundador da Bionic, afirmou que esse processo requer expertise, já que “existe sujeira, chuva e sal, que degradam o plástico”. Por isso, decidiu atuar em parceria com os especialistas da área.
A marca estabeleceu parcerias de longa duração com a Bionic e a Gore-Tex, com a expectativa de auxiliá-las na expansão de suas operações. Seu objetivo é servir como um exemplo e influenciar outras empresas, ao mesmo tempo em que mostra aos clientes a importância dos materiais utilizados em seus produtos.
Por Nayra Teles, editado por Bruno Capozzi | Olhar Digital