Quando o exoplaneta foi descoberto, pensava-se que sua cauda era modesta ou inexistente, mas as observações revelaram que não
Observações do exoplaneta WASP-69b revelaram que ele possui uma cauda enorme, semelhante a de um cometa. Quando descoberto, pensava-se que sua cauda era modesta, ou inexistente. Mas agora novas investigações mostraram que ela se estende por mais de 500 mil quilômetros.
- O WASP-69b está localizado há cerca de 160 anos-luz de distância da Terra;
- Ele possui apenas 30% da massa de Júpiter, mas é cerca de 10% maior;
- Esse inchaço é devido à proximidade do planeta com sua estrela, possuindo uma órbita de apenas 3,9 dias;
- O vento solar faz com que as camadas do exoplaneta não permaneçam no lugar e formem a cauda gigantesca.
O novo estudo, publicado no The Astrophysical Journal e apresentado na 243ª reunião da American Astronomical Society, usou dados coletados a partir do Observatório Keck. As observações em infravermelho mostraram, na verdade, que a cauda possui pelo menos 580 mil quilômetros, cerca de 7 vezes o raio do planeta, e é composta majoritariamente por gás hélio.
A cauda do planeta é responsável pela perda da atmosfera do planeta
A WASP-69, a estrela a qual o WASP-69b está orbitando, é um pouco menor e mais fria que o Sol. Mesmo assim, ela está cozinhando o exoplaneta e fazendo com que ele perca cerca de uma massa terrestre a cada bilhão de anos, ou mais.
Apesar da perda da atmosfera para formar a cauda, ela é densa e nebulosa, dessa forma o WASP-69b não vai simplesmente evaporar. Na verdade, ele nunca será evaporado completamente, antes disso, daqui a alguns bilhões de anos sua hospedeira se tornará uma gigante vermelha e irá engolir o exoplaneta. Mais observações desse mundo podem revelar novas informações para os astrônomos.
O sistema WASP-69b é uma joia porque podemos estudar a sua perda de massa atmosférica em tempo real. Isto representa uma rara oportunidade para compreender a física crítica que molda milhares de outros planetas.
Erik Petigura, astrônomo, astrofísico e coautor do estudo, em comunicado
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares