Centenas de manifestantes dirigiram-se ao Palácio do Planalto em um ato de insatisfação durante a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e líderes e representantes de diversas etnias indígenas. Partindo do Acampamento Terra Livre no Complexo Cultural Funarte, os manifestantes munidos de cartazes exigindo a demarcação de terras e repudiando o marco temporal reuniram-se na Praça dos Três Poderes em gesto de resistência e protesto. A reunião, destinada a discutir demandas indígenas e questões de demarcação territorial, ocorreu sob crescente pressão sobre Lula para ampliar os processos de demarcação, embora apenas 24 líderes indígenas tenham comparecido, em vez dos 40 inicialmente previstos.
Entre as entidades representadas estavam a Apoinme (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo), Arpinsudeste (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste), Arpinsul (Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul), Aty Guasu, Comissão Guarani Yryrupa, Conselho Terena e Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira).
Nos bastidores, é dito Lula não foi convidado para participar do Acampamento Terra Livre deste ano, em contraste com sua presença nas edições anteriores em 2022 e 2023. Esse não convite teria sido feito para sinalizar descontentamento.
Além das demandas pela demarcação de terras, os indígenas têm expressado frustração com o anúncio recente do presidente de que apenas duas terras indígenas seriam demarcadas, um número consideravelmente abaixo das expectativas da comunidade. Lula justificou sua decisão, alegando a necessidade de resolver questões prévias, como conflitos com fazendeiros em determinadas regiões.