Um estudo da Universidade da Califórnia observou recentemente que uma população remota de chimpanzés da Uganda, na África, pode compartilhar com os humanos não apenas semelhanças físicas externas, mas o marcador para o fim da fertilidade. Isso significa, segundo dados da pesquisa, que a espécie também pode enfrentar a temida menopausa. 

O que você precisa saber: 

  • Segundo o grupo de pesquisa, as evidências vieram após eles notarem alterações hormonais semelhantes às dos humanos nos primatas; 
  • Os dados acabaram mostrando também que, além de passar pela menopausa, eles vivem por muito tempo após o período; 
  • Os marcadores foram notados após a análise de 21 anos de dados demográficos e comportamentais da comunidade de chimpanzés selvagens Ngogo, do Parque Nacional Kibale, no sudoeste de Uganda. 
  • De acordo com a pesquisa, publicada na Science, no caso dos chimpanzés Ngogo, a fertilidade começou a diminuir por volta dos 30 anos, não sendo observados nascimentos após os 50 (nos humanos, a menopausa tende a iniciar aos 50). Alguns deles sobreviveram de forma saudável ainda por 10 ou 15 anos após o fim do período de reprodução, estreitando ainda mais as semelhanças com o ser humano. 
  • De acordo com a pesquisa, publicada na Science, no caso dos chimpanzés Ngogo, a fertilidade começou a diminuir por volta dos 30 anos, não sendo observados nascimentos após os 50 (nos humanos, a menopausa tende a iniciar aos 50). Alguns deles sobreviveram de forma saudável ainda por 10 ou 15 anos após o fim do período de reprodução, estreitando ainda mais as semelhanças com o ser humano.
  • Uma aponta que a menopausa pode ter evoluído nesses animais devido ao conflito reprodutivo, supondo que as fêmeas mais velhas param de se reproduzir porque as suas crias não conseguirão competir com os descendentes, nascidos das suas filhas adultas; 
  • A outra implica na evolução da menopausa à hipótese da avó — as fêmeas mais velhas vivem além dos anos reprodutivos para aumentar as chances de suas filhas se reproduzirem e de seus netos sobreviverem. 

Novos dados de populações menos conhecidas podem derrubar suposições sobre a história de vida até mesmo das espécies mais familiares. Se os chimpanzés evoluíram para passar pela menopausa, as teorias para explicar isso podem precisar se concentrar nas semelhanças entre as sociedades dos macacos e das baleias.  

Michael Cant, biólogo evolucionista da Universidade de Exeter, não envolvido no estudo. 

No entanto, para o antropólogo evolucionista da Universidade da Califórnia e líder da pesquisa, Brian Wood, isso parece pouco provável no caso dos chimpanzés. 

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Chimpanzés têm menopausa? Estudo sugere que sim; veja
Foto: shutterstock/Ondrej Prosicky