Foto: Bloomberg

O bilionário Elon Musk afirmou hoje que dedicará menos tempo ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump, para dedicar-se mais à sua montadora de carros elétricos, a Tesla. A declaração, informou a AFP, vem logo após a companhia registrar uma forte queda em seus lucros no início deste ano.

A Tesla divulgou hoje os resultados do primeiro trimestre deste ano após o fechamento do mercado, e frustrou muitos investidores. O lucro da empresa ficou muito abaixo das expectativas, com queda de pouco mais de 70% em relação ao mesmo período de 2024.

Musk afirmou que planeja reduzir “significativamente” as horas que dedica ao governo de Trump a partir de maio para centrar seus esforços na Tesla.

— Provavelmente, no próximo mês, minha dedicação à DOGE (o escritório criado por Trump para cortar os gastos federais) diminuirá significativamente — disse Musk em uma teleconferência sobre os péssimos resultados da Tesla no primeiro trimestre do ano.

Ele afirmou que “a partir do mês que vem, dedicarei mais do meu tempo à Tesla”, já que o “trabalho crucial” que Trump lhe encarregou estava “em grande parte concluído”.

‘Mudanças no sentimento político’
Ex-crítico do republicano, Musk apoiou Trump na campanha presidencial do ano passado com a doação de milhões de dólares e presença em vários eventos eleitorais com e sem o candidato. Após a posse de Trump, ele assumiu o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), para aconselhar o presidente sobre ações e estratégia de enxugamento dos gastos públicos e eliminação de barreiras burocráticas. Seu cargo, no entanto, é extraoficial.

A Tesla reportou uma receita de US$ 19,34 bilhões no primeiro trimestre, abaixo dos US$ 21,43 bilhões previstos pelos analistas ouvidos pela Bloomberg e dos US$ 21,3 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

O lucro da fabricante de carros elétricos nos três primeiro meses de 2025 foi 71% menor do que no mesmo período do ano passado, uma queda maior do que a estimada pelos analistas de mercado. O lucro por ação ajustado foi de US$ 0,27, abaixo da estimativa de US$ 0,44.

Musk, que nos últimos meses se tornou o braço direito do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a demanda por carros está sendo afetada por “mudanças no sentimento político”.

Ações em alta após promessa de Musk

A Tesla afirmou que os planos para novos veículos acessíveis estão no caminho certo para o início da produção na primeira metade de 2025 e que ainda espera iniciar a produção em larga escala dos robotáxis em 2026. Esses dois pontos — os robotáxis e os testes relacionados — eram grandes preocupações dos investidores antes da divulgação dos resultados.

As ações da Tesla encerraram o dia em alta de 4,6% e, no chamado after market (negociações realizadas após o fechamento do mercado regular) o papel chegou a subir 4,2% após as declarações de Musk. A empresa culpou a incerteza comercial como uma das razões para a queda nas vendas.

“A incerteza nos mercados automotivo e de energia continua a aumentar, à medida que políticas comerciais em rápida evolução impactam negativamente a cadeia de suprimentos global e a estrutura de custos da Tesla e de nossos concorrentes”, disse a empresa em comunicado. “Essa dinâmica, juntamente com a mudança no sentimento político, pode ter um impacto significativo na demanda por nossos produtos no curto prazo.”

Devido a essa incerteza, a Tesla afirmou que vai revisar suas projeções para 2025 na atualização financeira do segundo trimestre e que retirou sua previsão de crescimento de longo prazo. A Tesla informou ainda que sua margem bruta no primeiro trimestre foi de 16,3%, acima dos 16,1% esperados, com margem bruta automotiva (excluindo créditos regulatórios) ficando em 12,5%.

No passado, a Tesla havia prometido lançar um veículo elétrico de menor preço na primeira metade de 2025, juntamente com outros novos modelos que, segundo a empresa, permitiriam retornar a uma taxa de crescimento de 50% em comparação com 2023.

Fonte: O Globo

Fonte: Diário Do Brasil

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Com queda no lucro da Tesla, Musk afirma que reduzirá envolvimento com governo Trump