*Por João Augusto Barbosa

Acordei num desses dias em que o silêncio

Grita mais que um recém-nascido,

E me perguntei o que que estou fazendo por aqui?…

Para minha surpresa, quando olhei no espelho,

Ele me perguntou sobre aqueles sonhos 

Que foram escritos e hoje estão esquecidos

Nas paredes da memória…

Confesso que não encontrei nenhuma resposta

Que pudesse preencher o vazio existencial.

Nossa! Fiquei perplexo e bebi os dias longos,

Como se fosse uma taça de gratidão, 

Por ainda respirar e poder olhar o amanhecer. 

Já com os pulmões oxigenados, 

Destravei as taramelas da janela do meu coração

Para receber o novo dia, folha em branco

Que as amigas árvores trouxeram até mim 

Sem reclamar pelas perdas de suas folhas… 

Nele está contido o antídoto para curar minhas dores,

Mágoas e feridas…   

Mas o remédio definitivo mesmo é ter a oportunidade 

De adicionar parcelas de alegria e felicidade  

Aqueles que estão ao nosso entorno.

Pois é no deserto que esqueço o que não preciso mais….

Confesso, não foi uma tarefa fácil, porém, tive a coragem 

De sacudir o pó da estrada que eu mesmo deixei debaixo do tapete

E que por muitos anos denunciava a minha procrastinação. 

E foi, por incrível que apareça, após um abraço,

Uma palavra de incentivo que descobri o quanto de amor

Está impregnado nos atos simples e espontâneos.

Então, antes mesmo que o sol se ponha, seja justo, 

Agradeça e honre este novo dia que lhe foi concedido.

*João Augusto Barbosa é marilense, jornalista, publicitário, escritor e poeta 

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CONFISSÃO