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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira tarifária vermelha patamar 1 para as contas de luz do mês de julho. A medida, segundo o órgão, é necessária diante da redução no volume de chuvas e da menor geração de energia por hidrelétricas, conforme apontam projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Com a bandeira vermelha no patamar 1, será cobrado um adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A Aneel também reforça que o cenário atual serve como alerta sobre o consumo consciente de energia elétrica.
Diante da energia elétrica mais cara, os consumidores podem adotar dicas práticas para reduzir o consumo. A começar pelo chuveiro elétrico, que é o maior vilão do gasto energético.
Segundo o engenheiro de Eficiência Energética da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Thiago Batista, reduzir a temperatura para a posição “verão” pode gerar uma economia de até 30% no consumo do equipamento em relação à potência máxima. A velha dica de fechar o chuveiro para se ensaboar também continua válida.
Entretanto, se o inverno dificulta tomar banho frio, os consumidores podem compensar com a redução do tempo de banho. “Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho”, disse Batista em entrevista ao portal G1. A Cemig também aconselha que, se possível, o consumidor evite usar o chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico.
Geladeira e ventilador também exigem atenção
A geladeira é o segundo eletrodoméstico que mais consome energia, segundo a Cemig, principalmente devido ao uso constante e à abertura frequente da porta, que força o motor a trabalhar mais.
Batista recomenda não guardar alimentos ainda quentes — para que o motor não precise trabalhar mais —, evitar usar a parte traseira do equipamento para secar roupas e checar o estado da borracha de vedação. Ele recomenda fazer um teste para verificar se a peça está em bom estado.
“Coloque uma folha de papel entre a porta e a geladeira, feche a porta e tente retirar a folha”, orienta. “Se ela sair com facilidade, está na hora de trocar a borracha. Repita o teste em vários pontos da porta da geladeira.”
Já o ventilador, embora consuma menos que o ar-condicionado, também pode elevar a conta se usado por muitas horas. “Mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia”, explica Batista. A recomendação é manter o ambiente ventilado e desligar o aparelho quando não estiver em uso.
O engenheiro destaca que o consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas.
Driblar bandeira vermelha exige atenção com ar-condicionado
O ar-condicionado, por sua vez, pode representar um grande aumento no consumo, principalmente se utilizado em temperaturas muito baixas. Cada grau a menos pode significar até 10% a mais na conta, alerta o educador financeiro Thiago Godoy.
Na hora de comprar um novo aparelho, o consumidor deve considerar o tamanho do espaço, a eficiência energética do aparelho e o clima local. Batista sugere optar por modelos com selo Procel, que garantem maior eficiência. “Para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia inverter e é mais eficiente.”
“Na aquisição de qualquer um deles, deve-se dar preferência àqueles cuja etiqueta indique o consumo anual provável e multiplicar pela tarifa de energia encontrada na conta de luz”, explica o engenheiro. “Dessa forma, o consumidor terá uma boa ideia de quanto cada equipamento ‘gastará’ no ano, pois esse consumo foi padronizado para uma utilização típica no país.”
Soluções simples também podem ajudar
Outras medidas simples também contribuem para a economia. Fechar cortinas e janelas ajuda a manter o ambiente mais fresco, reduzindo a necessidade de refrigeração. O uso combinado de ventiladores e ar-condicionado, com temperatura moderada, é uma estratégia eficiente, segundo Gustavo Sozzi, presidente da fornecedora Lux Energia, e Thiago Godoy.
Por fim, trocar lâmpadas incandescentes por modelos de LED pode gerar economia significativa. Além disso, uma forma eficaz de consumir menos energia é utilizar cores claras nas paredes de casa, o que favorece a iluminação natural e reduz o uso de luz artificial durante o dia.
Fonte: Revista Oeste
Fonte Diário Brasil